Há algo estranho no governo do Estado do Rio de Janeiro. Vocês têm todo o direito de acrescentar: “Ok, agora conte uma novidade.” Tá certo. Todo mundo sabe que há muitas coisas estranhas no governo do Estado do Rio de Janeiro. Mas estou me referindo a algo muito específico. O Carandiru carioca que nos chocou neste início de semana demonstrou que o governo fluminense criou uma peculiaridade muito esquisita em nosso estado. No Rio de Janeiro, presidiários, com pena ainda a cumprir, saem dos presídios pela porta da frente. Ao mesmo tempo, a governadora e seu comparsa...
Não creio que chamar o secretário de Segurança de “comparsa da governadora” renda algum processo contra o colunista, como é de hábito neste governo peculiar. Afinal, o Aurélio nos explica que comparsa significa “pessoa que tem papel pouco importante em negócio, companheiro, parceiro, cúmplice”. O leitor pode escolher o sinônimo mais adequado para Tony Matheus. Se ele não gostar, que processe o leitor.
Enfim, enquanto presidiários, com pena ainda a cumprir, saem pela porta da frente dos presídios, a governadora e seu comparsa saem pela porta dos fundos da igreja em que cultuam Jesus aos domingos. Criminosos não têm medo de enfrentar a sociedade. Já a governadora...
O estado está pegando fogo e dona Rosângela e seu marido vão rezar na Igreja Presbiteriana Luz do Mundo. Que, pelo menos, Deus os ilumine. Porque nós, graças ao casal 20 da política fluminense, estamos vivendo nas trevas há muito tempo. Dona Rosângela e Tony têm o hábito de se esconder quando a coisa começa a ficar peluda. Como se não tivessem nada a ver com isso. Como se o fato de eles se esconderem escondesse também as mazelas por que o estado está passando.
O problema é que, quanto mais a governadora e seu comparsa saem pelos fundos, mais a miséria fluminense — em todos os seus aspectos — bate na nossa porta da frente.