O Coronel Ubiratan, atual deputado estadual de São Paulo, foi o oficial que comandou a intervenção de policiais no Carandiru, para enfrentar os amotinados que ameaçavam contaminar com sangue aidético quem se aproximasse. Resultado: 111 bandidos foram mandados mais cedo para o inferno.
Como resultado, o Cel Ubiratan foi condenado a aproximadamente 500 anos de prisão. Recorreu, aguarda novo julgamento. Enquanto isso, é deputado estadual, continuando a combater a criminalidade da tribuna - inclusive políticos petistas que visitam criminosos na cadeia, incentivando ainda mais a bandidagem que não cessa de crescer.
Abaixo, o pronunciamento deste homem de bem, massacrado pela mídia (F.M.).
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73ª Sessão Ordinária da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo - 24/05/2004
O DEPUTADO CORONEL UBIRATAN - PTB - Sr. Presidente, nobre Deputado José Bittencourt, do Partido Trabalhista Brasileiro, Srs. Deputados, Srs. funcionários, aqueles que assistem da galeria, telespectadores da Assembléia e ouvintes da Rádio, venho à tribuna para noticiar um fato: "Políticos do PT visitam na prisão líder dos Sem-Teto".
O Sr. Presidente da Câmara Federal, João Paulo, acompanhado do Deputado Luiz Eduardo Greenhalgh e o Deputado Vicentinho visitaram no CDP de Guarulhos o líder dos Sem-Teto que está preso há 47 dias, em razão de co-autoria de um homicídio. Ficamos preocupados quando vemos nossas autoridades maiores, como um Presidente da Câmara Federal, visitarem um acusado de co-autoria de homicídio.
Só faltou o Senador Eduardo Suplicy estar junto, porque acompanhei quando o Deputado Greenhalgh, o Senador Suplicy e o Vice-Prefeito Hélio Bicudo lutaram pela liberdade dos seqüestradores de Abílio Diniz.
Acompanhei e trabalhei no seqüestro do empresário Abílio Diniz, e vi o que aqueles marginais fizeram com o empresário e o local onde o colocaram - havia canadense, argentino, chileno; deixaram-no três metros abaixo da terra, respirando por um tubo, num lugar onde quem não tivesse uma estrutura física e psíquica sólida não agüentaria. São esses mesmos senhores que acabaram conseguindo soltar os seqüestradores do Sr. Abílio Diniz, e que vão agora visitar preso sem-teto acusado de co-autoria de homicídio.
Com essa visita só acontece uma coisa: o aumento das invasões pelos Sem-Teto e pelos integrantes do Movimento dos Sem-Terra, que têm crescido assustadoramente. Tem que haver a reforma agrária, só que feita de maneira legal. Ainda existe neste país democrático um Estado de Direito com o direito à propriedade, e o que tem sido feito por esses invasores, por esses criminosos, que invadem, matam, vilipendiam, depredam, seqüestram, torturam, e não temos visto providência nenhuma.
Uma autoridade, como um Presidente da Câmara Federal, visitar preso na cadeia, para mim é um incentivo ao crime, ao desrespeito às leis.
Todos querem justiça. Gostaríamos que cada um tivesse a sua casa, que cada um tivesse o seu pedaço de terra, mas não é pela força que vamos conseguir isso.
Muitos dizem: "O movimento dos Sem-Terra ou dos Sem-Teto é um movimento desarmado". Quem os enfrentou em reintegrações de posse, como eu fiz, comandante que era da Tropa de Choque da Polícia Militar, vi o que representa isso o que chamam de instrumento de trabalho. São foices, enxadas, facões, que arremessados na tropa, arremessados em qualquer pessoa, são tão letais quanto armas de fogo. E temos muitos exemplos. Vimos um soldado da Brigada Militar do Rio Grande do Sul ser sacrificado, em plena capital, Porto Alegre, num dos mais tradicionais locais, a Rua da Praia, ser degolado pelo "instrumento de trabalho".
Não podemos permitir isso, e ao invés de apoiar esses criminosos temos que coibir, coibir com a lei, colocando esses marginais nas cadeias, e não sendo visitados por autoridades do primeiro escalão da nossa República.