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Artigos-->A farsa da imprensa stalinista -- 17/05/2004 - 10:58 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Amigos,



Colo aqui, numa mesma postagem, um exemplo clássico da dezinformatsyia, da "guerra assimétrica" e da "guerra informática" sobre as quais nos falou o Olavo em seu artigo do Globo de hoje, "Diferenças gritantes".



É impressionante o cinismo, a atitude bestial desta gente que se esforça em repisar uma mentira sórdida de afirmar ter havido "tortura hedionda" cometida contra os presos iraquianos em Abu Gharib. O máximo que se pode alegar daquelas fotos é que elas foram humilhantes, nem mais nem menos!



Por que, esta mesma gente ciosa em denunciar ao mundo as "atrocidades" cometidas pelos soldados americanos esconde CRIMINOSAMENTE o que estes monstros iraquianos vêm cometendo contra civis, homens, mulheres e crianças ocidentais?



Os artigos que exponho abaixo saíram juntos na edição de hoje do ZH (isto é uma pequena mostra do que refiro acima, pois é voz corrente em todos os outros periódicos do país), abordando um fato ocorrido há mais de uma semana. No entanto, o degolamento selvagem do jovem americano, que é mais recente e de fato um crime hediondo, sequer mereceu qualquer linha de comentário, ou mesmo a indignação feroz que se vê nestes escritos abaixo.



Observem a subliminaridade em ambos, quando expõem em seus panfletos os crimes praticatidos por Stalin e Hitler, sem "associar" diretamente aos "crimes e torturas" praticados pelos soldados americanos. O "jornalista" que escreve o segundo artigo ainda vai mais longe: inocenta o oficial nazista dos crimes que cometeu, acreditando que ele "não sabia que praticava o mal contra os judeus", mas os americanos sabem sim!

É preciso que denunciemos esta farsa de que o que aí é dito, reflete "a indignação mundial contra a barbárie e selvageria americana no Iraque" e se diga com todas as letras que isto é uma atitude calculada, orquestrada pelas redes do comunismo mundial, a quem estes senhores estão a serviço.



CHEGA!!! BASTA!!!



Sds,



Graça Salgueiro



http://www.clicrbs.com.br/jornais/zerohora/jsp/default2.jsp?

O domínio do medo

VOLTAIRE SCHILLING/ Historiador

http://www.clicrbs.com.br/jornais/zerohora/jsp/default2.jsp?



O torturador emboscado



MARCOS ROLIM/ Jornalista





“Alguns deles [dos guerreiros liberais] amam tanto a dignidade humana que

estão dispostos a legalizar a tortura para defendê-la.”

Slavoj Zizek – O Espelho Retorcido, maio de 2004



Pelo menos os nazistas e os stalinistas contavam com tropas especiais para fazer essas coisas. As tarefas sujas que uma guerra de conquista e ocupação sempre produz. Para não macular a Wehrmacht, o exército alemão, durante a invasão da URSS em 1941, H. Himmler, chefe da SS, foi encarregado de preparar equipes de exterminadores: Einsatzgruppen. Forças móveis, uns 3 mil homens que atuavam na retaguarda com a função específica de caçar judeus, comissários comunistas e intelectuais, e dar um fim neles. Impunham o Schreckensherrschaft, o domínio do medo pelo terrorismo de Estado. Os seus integrantes, como no caso da 3ª SS/Totenkopf Division, eram ex-guardas de campo de concentração com larga experiência na prática de maus-tratos e execuções em massa. Brucutus com o braço rijo de tanto espancar os presos. O exército regular devia ficar fora disso. Uma ordem explícita do marechal Von Rundsted, datada de 24 de setembro de 1941, proibia a participação de membros da Wehrmacht naquele tipo de coisa, "assim como tirar fotografias"!



Os soviéticos seguiram no mesmo caminho. A liquidação a tiros de mais de 4 mil oficiais poloneses feita na floresta de Katyn, assassinato covarde de prisioneiros de guerra, foi obra da NKVD/Smerch. Suspeita-se que supervisionada por V. Abakumov, o braço direito de L. Beria, o homem da polícia secreta de Stalin. Ao longo de toda a guerra, a NKVD esteve ativíssima, tanto em interrogar e fuzilar nazistas como em prender e desterrar minorias étnicas inteiras (como foi o caso dos tártaros e chechenos), enviando-as para regiões remotas da Rússia asiática. Em todas essas operações, Stalin cuidou em não envolver o Exército Vermelho para não degradá-lo com tais tarefas.



Curiosamente a separação entre a luta no fronte (mantida pelo exército convencional) e o trabalho sujo executado atrás das linhas (a cargo da polícia ideológica) foi superada pelo exército colonial francês depois de 1945. Tendo que lutar na Indochina (1945-1954) e depois na Argélia (1956-1961), os generais franceses inventaram um estratagema para implementar a tortura indiscriminada: disseram enfrentar uma guerra insurgente ou revolucionária.



Para não ter que admitir que vietnamitas e árabes erguiam-se pela independência, e portanto eram tão patriotas como os franceses que haviam resistido a Hitler (os nazistas os chamavam de "terroristas"), sustentaram que enfrentavam "bandidos", criminosos comuns insurgentes. O combate em Argel e Oran era como se fosse contra os companheiros de Ali Babá.



O tipo de luta exigia respostas imediatas daqueles que fossem capturados. Somente podiam ser extraídas por métodos "cruéis mas necessários", como confessou o general J. Massu, comandante da 10ª Divisão Pára-Quedista, e também o seu carrasco, o general P. Aussaresses, o patrono da tortura no exército das democracias liberais. Desprovidos de uma SS e de uma NKVD, eram os oficiais e praças quem, instalados na famigerada Villa Susini, em Argel, tinha que assumir o chicote e o choque elétrico. E assim foi feito.



É a mesma lógica que levou os "libertadores do Iraque" a transformarem a prisão de Abu Ghraib, na periferia de Bagdá, numa sucursal do inferno. É uma cadeia de comando que parte do Pentágono, chefiado por D. Rumsfeld, passa pelo comandante militar de Bagdá e chega até a Polícia Militar (destacamentos 380º e 372º), responsáveis pelo circo de horrores. O último elo terminava no soldado raso, o troglodita faceiro que posou ao lado de pilhas de árabes nus, humilhados, espancados e mordidos por cães. Agora fica mais claro ao mundo o motivo daquele esforço diplomático dos Estados Unidos em exigir imunidades especiais para os seus soldados ("lutadores da liberdade"). Sabiam o que estavam fazendo. Não queriam vê-los ir parar no Tribunal Penal Internacional acusados como criminosos de guerra. As fotos de prisioneiros iraquianos que comprovam a tortura e as humilhações a que foram submetidos na prisão de Abu Ghraib continuam provocando indignação em todo o mundo. Como parte dos rituais que se encenam nessas oportunidades, autoridades civis e militares dos EUA anunciam "rigorosas punições" e o cenário que vai se montando deverá, rapidamente, isolar alguns subalternos para a necessária expiação. Ao fim e ao cabo, se chegará à conclusão de que "personalidades depravadas" praticaram "excessos inaceitáveis". Penso que já é hora de se questionar esse tipo de raciocínio apaziguador pelo qual a maldade é "enquadrada", providencialmente, como algo excepcional e estranho.



Na modernidade, já se pensou que a tortura era uma prática típica dos regimes totalitários. O horror nazista dos campos de concentração e do Gulag soviético sustentava a idéia. Mas, aí, surgiu o caso argelino e a nação francesa soube que seus soldados e policiais haviam praticado as piores atrocidades e que o "patriotismo" havia precipitado a França na desonra. Uma conclusão que fez com que Sartre, no prefácio a La Question, se perguntasse: "Se não existe precipício de desumanidade em que as nações e os humanos não se atirem, então por que se dá o mundo a tanto trabalho para se tornar, ou permanecer, humano"? O fato é que a tortura nunca esteve restrita aos regimes de exceção. Ela foi comum nas ditaduras militares do Brasil e da América Latina, esteve presente na ditadura grega, na África do Sul, na Turquia, no Iraque, no Irã e em muitos outros regimes antidemocráticos, mas acompanha, também, a experiência democrática como uma sombra fétida. É assim ainda hoje, no Brasil e em muitos países, quando falamos do trato aos suspeitos e aos prisioneiros comuns. É preciso, então, que nos perguntemos: "Por quê?"



Stanley Milgram, o psicólogo americano autor de Obedience to Authorithy, demonstrou, através de uma experiência que se tornou célebre, que pessoas comuns - muito distantes do sadismo - podem ser transformadas rapidamente em torturadores quando instadas a obedecer uma autoridade tida como legítima. Em regra, é disso que se trata quando estamos diante da tortura. A idéia de que o torturador é um psicopata é, normalmente, apenas uma boa desculpa para os seus chefes. Para entender as razões pelas quais é possível que pessoas comuns pratiquem o mal radical, penso que devemos revisitar Hannah Arendt. Quando acompanhava o julgamento de Eichmann em Jerusalém, Arendt percebeu que o oficial nazista era uma pessoa comum e que era incapaz de refletir sobre o sentido do mal que havia praticado. A intuição genial da filósofa nos é, então, apresentada na forma de uma pergunta: "Não será o mal um resultado da ausência de reflexão?" Em síntese: essa incapacidade, tão atual, de pensar o próprio pensamento, de questionar os próprios valores, não estaria na base do que temos de pior? Não carregaríamos, de alguma forma, um torturador emboscado em nossos preconceitos, na secreta intolerância que guardamos? O que faríamos em Abu Ghraib se os presos fossem os "nossos inimigos"? Se você ficou na dúvida, pense no que você tem feito a respeito dos presos brasileiros.









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