O livro Vento Sul- Crônicas, de Carmélia M. de Souza, foi publicado pela primeira vez em 1976, dois anos após a morte da autora, por seu amigo Amylton de Almeida, jornalista, escritor e crítico de cinema.
Camélia nasceu no Rio Novo do Sul, ES. Trabalhou como redatora do jornal O Diário, e colaborou com outros como: Sete Dias , Vida Capixaba, A Tribuna, A Gazeta ,O Debate, Jornal da Cidade. Era uma mulher de personalidade forte, sem papas da língua, inteligente, sensível, debochada, amada e odiava com a mesma intensidade. Criou a expressão citações “Tradicional Família Capixaba” .
Costumava ironizar a cidade de Vitória. “Esta ilha é uma Delícia”. Mas acima de tudo, Carmélia gostava demais de Vitória “Preguiçosa e bonita, é uma cidade, que parece ter sido feita somente para abrigar as pessoas de boa fé e os homens de boa vontade. É uma cidade que às vezes tem preguiça e dorme como gente, debaixo deste céu azul e pintado de azul demais. È quando fica ainda mais bonita, sob a luz das noites abençoadas e eternas, dormindo sem culpas, enquanto a madrugada ainda é uma promessa.”
Na crônica Inesquecível ela fala sobre a morte É possível observar toda a sua ironia “Não me interessa esta forma definitiva de auto-suficiência que vem a ser a morte. Para mim, ela não passa de uma solteirona feia e ranzinza”.
Seus textos também são cheios de lirismo. “Foi na madrugada que aprendi a amar muitas coisas. Que aprendi a distância que existe entre uma flor e uma estrela e, ao mesmo tempo, a hora de as trazer unidas, por causa do momento que lhes deu o mesmo.
Esse livro é uma oportunidade de conhecer um pouco mais dessa excelente cronista que encheu de vida e poesia a nossa ilha, e marcou com a sua presença a história de Vitória e toda a geração dos anos 50 e 60 .
