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Artigos-->A velha história do apocalípse -- 25/04/2004 - 20:50 (Caixa do Pregão) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Provavelmente o cosmo sempre causou fascínio em todas as civilizações, seja pela sua grandiosidade enigmática ou pela sua beleza natural. Os povos antigos, além de aprender a guiar-se pelas estrelas, também aprenderam pela necessidade a situar-se no tempo. Para isso, tiveram que perceber a periodicidade das estações do ano para realizar no período certo das chuvas, o plantio.



A busca do homem na sua origem e na origem do cosmo declina-se quase que exclusivamente em intuições. Às vezes lúcidas às vezes não. Isso porque, uma intuição sem embasamento ou fundamento lógico, recai ou em misticismo ou sobre o senso comum, sendo assim sem nenhum valor real.



As religiões, na grande maioria, buscam entender e repassar da forma mais simples possível a compreensão da vida e do cosmo. Sendo que a simplificação desse entendimento pode elevar o indivíduo a mera alienação da qual se faz sua existência. O fanatismo, como ressalta o jurista Orlando Soares, “que ora conduz ao assassinato, à guerra, ora ao suicídio individual ou coletivo”, é a forma mais simples de perceber essa alienação.

O homem, no entanto, não se limita simplesmente a querer saber a origem do universo, também tenta descobrir como será seu fim; seja em fábulas, mitos, literatura, ilusões ou previsões.



A bíblia com o seu livro Apocalipse, encarregou-se de narrar o fim dos tempos em uma esfera fabulosa, sendo que esse estilo (devemos ressaltar) é bastante diferente da escrita atual, necessitando uma interpretação mais abrangente. A narrativa ocorre em caráter metafórico de época, em língua hebraica. Ao extrair um trecho bíblico, podemos observar a nítida presença desses modos. “Última trombeta: o fim. O sétimo anjo tocou a trombeta. (...) Abriu-se o templo de Deus no céu e apareceu, no seu templo, a arca do seu testamento. Houve relâmpagos, vozes, trovões, terremotos e forte saraiva.”(Apocalipse C.11 V.15, 19) .

Nostradamus chegou a prever em uma bacia d’água, que o mundo acabaria na chegada do novo século. Mas no início de 2000 o que mais causou furor foi o Bug do milênio, onde os computadores voltariam a contagem zero, vindo a tornar um caos o mundo da informática, coisa que também não aconteceu.



Já na literatura, embora numa linguagem jornalística, o livro Os Sertões de Euclides da Cunha relata a guerra de Canudos. A figura de Antônio Conselheiro é construída em um fanático que profetizava o fim do mundo com a instauração da República. Após a queda de Canudos, foram encontrados alguns dizeres de algumas profecias que estavam escritas em grande número em pequenos cadernos. “Hade chover uma grande chuva de estrelas e ahi será o fim do mundo. Em 1900 se apagarão as luzes. Deus disse no evangelho: eu tenho um rebanho que anda fora deste aprisco e é preciso que se reúnam porque há um só pastor e um só rebanho”. A guerra de Canudos, uma brutalidade do governo de Prudente de Morais, poderia ser evitada com a mais básica política assistencialista. No entanto, o estado preferiu usar da guerra, atentando contra a vida daqueles miseráveis do sertão baiano.



Em meio a tanto fanatismo e alienações de todo gênero, emerge a ciência. Sua função é estudar e explicar fenômenos do nosso cotidiano, dos quais o cientista possa de alguma forma ter acesso a esse objeto de estudo; e não querer teorizar coisas inexplicáveis, como acham alguns. No entanto, no macro cosmo, onde o homem pouco sabe e tem acesso aos fenômenos, o empirismo dá lugar à intuição. Como a concepção do Big Bang, que jamais poderá ser reproduzida a não ser na mente humana ou na infografia.



Nos dias de hoje, os estudos científicos dirigidos ao apocalipse, ou melhor, à destruição da natureza, vem sendo bastante usado como embasamento nos discursos de vários grupos que combatem o uso indiscriminado de energias fósseis. O efeito estufa, um dos principais fenômenos catalisadores da destruição ambiental, tornou-se quase que unânime nos debates políticos, ambientais e sociais.



Com o advento da revolução industrial, o que se conseguiu fazer em dois séculos ao meio ambiente, a natureza talvez não o fizesse em milhares de anos. A destruição da camada de ozônio pelo CFC – gás encontrado nos aparelhos refrigeradores – é um exemplo de destruição devastadora. Também toneladas de gases tóxicos como: CO – monóxido de carbono, gás produzido a partir da combustão de elementos fósseis –, é lançado indiscriminadamente na atmosfera todos os anos, acelerando cada vez mais o processo de destruição da vida.



No livro Energia e meio ambiente de Samuel Branco, professor titular da USP, ele diz que uma simples elevação de dois ou três graus Celsius na temperatura média do planeta pode causar sérias conseqüências em determinados lugares do mundo, pois alterações de temperatura provocam grandes mudanças climáticas no mundo todo, alterando as estações do ano, os períodos de chuva, a produtividade oceânica etc. Como o fato inédito que aconteceu na costa brasileira, no sul do país, com o furacão Catarina. As oscilações de temperatura no mar, chamadas de El Ninho, decorrem de um aumento das áreas desérticas no continente africano, diz Samuel.

Segundo ele, uma das piores conseqüências do efeito estufa está no derretimento das geleiras continentais, aumentando o nível dos oceanos. E para isso, não seriam necessárias algumas dezenas de metros na elevação do nível do mar, para que acontecessem inúmeras catástrofes nas cidades litorâneas em dias de tempestade. Espera-se que com o aumento de 1,5 a 4,5 graus Celsius na temperatura terrestre, para os próximos 30 a 40 anos, o nível dos oceanos irão aumentar algo em torno de 25 e 140 centímetros, e isso em uma progressão aritmética crescente, pois como dissemos, a cada ano toneladas de CO e outros gases tóxicos são lançadas indiscriminadamente na atmosfera.

Para entender melhor, basta reparar o ar no centro de uma grande cidade, onde passam inúmeros veículos por dia. Assim verá que isso realmente não se trata de alienação profética, ou misticismo histórico, mas sim um perigo real.



DF, Taguatinga, 17 de abril de 2004. 2:37h.
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