Entrevista - Comandante do Exército acha normal ato por reajuste
E agora companheiros?
Como ficará a situação do Comandante do Exército diante das notícias dos jornais de hoje, 08.04.04, que os militares não terão aumento em 2004, considerando os trechos da entrevista abaixo?
Que atitude ele assumirá? A omissão e enrolação serão inadmissíveis...!
E nós militares da reserva, que faremos? Vejam as alternativas (somente uma opção é válida...):
- Acamparmos junto com o MST e infernizarmos o governo;
- Interditarmos os aeroportos, pegando carona com a Polícia Federal;
- Obstruirmos as rodovias, contando com o auxílo dos caminhoneiros;
- Organizarmos manifestações em todas as visitas do Presidente Lula aos Estados;
- Qualquer outra que impeça nossa morte....
Luiz Villela - Brasília
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Comandante do Exército acha normal ato por reajuste
ELIANE CANTANHÊDE
DIRETORA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Folha - E quando essas manifestações se somam a outras contra baixos salários?
Albuquerque - Esse é um problema que nós de fato estamos vivendo, como tantas outras categorias. Eu entendo que essas reivindicações têm sentido, porque é realmente necessário haver uma atualização dos soldos dos militares, para que eles mantenham sua qualidade de vida, seu poder aquisitivo. Mas essas reivindicações, numa instituição como a nossa, devem ser feitas respeitando a orientação regulamentar e ocorrendo dentro da cadeia de comando. Cabe a nós, comandantes, atuar junto aos responsáveis pelo assunto.
Folha - O governo decidiu na terça passada conceder reajustes acima da inflação a quase 600 mil servidores, mas excluiu os militares.
Albuquerque - [...] Oferecemos três linhas de ação [alternativas], que variam de 22% a 33% de reajuste. A primeira considera o índice da Fundação Getúlio Vargas, a outra prevê equiparação com uma das carreiras de Estado, a de auditor fiscal, e a terceira é puramente atualizando as gratificações. Uma das três vai ser considerada pelo presidente.
Folha - Os agentes da Polícia Federal estão em greve por salários. Qual a relação dos salários deles com os do Exército?
Albuquerque - Não queremos interferir nas reivindicações dos outros, [...] mas a verdade é que um agente da PF se equipara a um tenente-coronel do Exército, que tem cerca de 20 anos de serviço e passou pela Academia Militar, que é curso superior, e pela Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, com nível de mestrado.
Folha - Como o sr. viu o fato de cadetes do Exército no Rio prestarem concurso à Polícia Rodoviária Federal?
Albuquerque - Sob o aspecto do vencimento, é uma coisa, porque é realmente importante. Se analisarmos pelo ângulo de uma criatura que muda de carreira e de rumo só por esse aspecto financeiro, acho que ele não tem pendor para a carreira militar.
Folha - Vão ser punidos?
Albuquerque - Existe uma norma administrativa segundo a qual qualquer criatura que tome uma medida assim tem de comunicar a seu superior. Caso contrário, ele infringe uma determinação administrativa. [...] A sanção tem caráter leve, educativo.