Há alguns anos trabalhei numa empresa do setor petroquímico. Um emprego horrível em meio a constantes vazamentos de gás, princípios de incêndio e muitos ruídos.
Aquele indivíduo chamado Fernando Collor de Mello então assumiu a presidência da república.
Sem qualquer tipo de estudo determinou que fossem feitos cortes em todas as empresas federais, causando uma avalanche de demissões que comprometeram ainda mais a qualidade dos serviços nacionais.
Eu fazia parte de uma empresa do sistema Petrobras e escapei por pouco.
O cenário de ver amigos e colegas despedidos foi muito ruim, mas não era exatamente a pior coisa.
O pior mesmo foi perceber que a massa trabalhadora era alienada, estupidamente treinada para fornecer justificativas para as atitudes da patronagem.
Escolhidos sob os mais diversos critérios, cerca de 40 funcionários deixaram a fábrica naqueles dias.
Então os peões começaram a buscar os critérios para a demissão dos colegas. Surgiram os mais diversos.
Um era comunista. Outro polêmico. Outro incompetente,etc.
Os chefes não perdiam tempo com as justificativas. Deixaram isso para a massa trabalhadora, trouxa e bem treinada para ser trouxa, que adora justificar atitude de patrão.
Falei com alguns colegas para cessassem com os comentários, já que faziam o papel do poder.
Alguns pararam.
Anos mais tarde vejo de novo demissões em algumas empresas de Porto Velho.
Trouxas de plantão começam a justificar a atitude dos patrões.
A história revive. Patrão toma atitude, peão trouxa justifica. Alimenta o sistema. Coisa de peão mesmo.