Algo que me espanta, entre outras coisas "óbvias" é essa troca de valores, de determinados seres, quando resolvem, sem o mínimo conhecimento de causa, chamar "vaidosos" aos que se esmeram em usar a língua portuguesa, de forma culta, atentando para correção, clareza, coerência e objetividade, que são as características principais de um bom texto.
E os autores são "atacados" como se esse procedimento fosse algo ofensivo.
Será isso o "final dos tempos"?
O que é correto, ser alvo de "escárnio e insatisfação"?
Creio que o maior erro, nisso tudo, é essa democracia escancarada que acontece neste site "Usina de Letras". Como acredito, também, não ter sido essa, a princípio, a proposta, ou intenção, de seu criador.
Por aqui,em alguns casos, percebe-se a imensa necessidade de que o cidadão comum comece a ter interesse em aprender a comunicar-se verbalmente. Para isso, basta, apenas, ter boa vontade e um pouco de brio e esforço.
É certo que o que há poucas décadas era somente "ficção", está invadindo o nosso cotidiano, a passos largos. E essa "era tecnológica" exige um preparo minucioso do indivíduo, não lhe deixando alternativa para aprimorar-se como devia.
Mas... Convenhamos... Creio que saber o "mínimo" para usar adequadamente o próprio idioma, deveria ser motivo, não de vaidade, mas de muito orgulho!
Vou reproduzir aqui um texto de um gramático que ilustra, de maneira muito clara, o que acima tentei dizer:
"Afirma-se, desde Aristóteles, que o homem é um ser social e que, por isso, precisa se comunicar. Necessita, assim, viver em comunidade onde troca seus conhecimentos e suas experiências que irão levá-lo a assimilar e compreender o mundo em que vive, dando-lhe meios para transformá-lo.
Para transmitir sua cultura e para suprir a necessidade de buscar a melhor expressão de suas emoções, suas sensações e seus sentimentos, o homem se viu diante de certos desafios: um deles foi o de criar e desenvolver uma maneira de comunicar-se com seus semelhantes. Distanciou-se, então, ainda mais dos outros animais, pois foi o único que conseguiu criar símbolos e signos de vários tipos (lingüísticos, picturais e gráficos) com o intuito de comunicar-se."
(Roberto Melo Mesquita)
"Sem a linguagem, a sociedade, tal como a conhecemos, seria IMPOSSÍVEL...
Não sabemos tudo a respeito de uma língua, simplesmente, porque a falamos.
Aos poucos, no entanto, vamos aprendendo a respeito desse notável instrumento de comunicação unicamente humano."