Quando o Sr. Nova Brandão e seu grupo dominava a Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil - CASSI -, o que se prolongou indefinidadmente, época em que a Sede do BB era na
Rua Primeiro de Março, 66 - Centro - Rio, esses "donos" da Entidade- aí pelo começo da década de sessenta -, seja por se julgarem intocáveis, seja pela indolência e falta de iniciativa que "mandatos" prolongados provoca, pouco importavam com os problemas de saúde do funcionalismo, pelo Brasil a fora.
Contava-se, inclusive, naqueles tempos, o caso de um funcionário de uma cidade interiorana que baseou seu pedido de transferência para o Rio, em atestado médico. De fato, o requerente estava mesmo enfermo e precisava, realamente, da remoção para um centro mais adiantado o quanto antes. Mas, o que aconteceu foi que teve a pretensão negada, e, quando o memorando de tal indeferimento chegou à dependência onde servia o requerente, este já havia falecido da moléstia alegada!
Sabe-se que, naqueles tempos, para se conseguir uma transferência, o que mais o pessoal usava era alegar doença e conseguir atestado médico para dar autenticidade ao pedido. Porém, como em tudo nesta vida, cada caso é um caso...
Tanto que depois que o "grupo Nova Brandão" perdeu a primeira eleição para Conselheiro da CASSI, tendo à frente da oposição o meu saudoso irmão Dr. José de Albuquerque Lyra, que teve seu projeto aprovado de eleições periódicas na CASSI; em casos como o nararrado do rapaz que morreu por falta de assistência, havendo dúvidas quanto à justeza das pretensões do requerente, entrava-se em contato com a Administração da Agência para, só então, deferir ou indeferir o pedido.
A partir daí, com certeza, aconteceram menos erros nos indeferimentos: tais casos passaram a ser tratados mais democraticamente do que por paternalismo, que, diga-se de passagem, só beneficia empistolados...
Para encerrar, dando uma idéia de quem foi DR. LYRA,no auge da repressão do movimento de 1964, chegou no seu Ambulatório(então na Primeiro de Março, 66: depois ele foi para o do Centro Administrativo do Andaraí), chegou ao seu Ambulatório(repito), um funcionário "subversivo" gravemente ferido.Daí há algum tempo, apareceram militares querendo levá-lo. A reação do médico DR. LYRA foi a de dizer-lhes que o paciente inspirava cuidados e só o entregaria com ofício da autoridade que mandara prendê-lo, esta responsabilizando-se por sua vida. Este caso acabou por aqui e o agredido foi mandado para uma Casa de Saúde - e escapou com algumas sequelas!