criariam condições de mudanças sociais ao lado dos movimentos políticos e não deveriam ser tratados como inconseqüentes e não prioritários. Ao questionar o patriarcalismo as mulheres estariam questionando as próprias bases do capitalismo, sistema injusto e desumano por excelência.
Apesar de a mulher estar desempenhando os mesmos papéis dos homens fora de casa, nas populações urbanas, diga-se de passagem, as antigas representações (interiorizadas) de masculino e feminino ainda permanecem nas relações do casal, ou seja, os homens exigindo que as mulheres sejam boas donas de casa, excelentes esposas, mães dedicadas, amantes ardentes e com belos corpos e boas profissionais mas não muito, para não competirem com eles. As mulheres, por seu lado, exigindo que o homem seja o companheiro, o amigo, o amante, o pai e o auxiliar das tarefas de casa. Querem também trabalhar fora mas sem abrir mão da posse dos filhos, do controle da vida afetiva do companheiro e sentem-se ameaçadas quando os homens tentam assumir as tarefas do lar. E o pior de tudo, no meu entender, é que as mulheres estão delegando a tarefa de educar os filhos à televisão. Se com a mãe a educação das crianças já não é satisfatória com a televisão a coisa torna-se dramática.
MASCULINO OU FEMININO?
Helena Bessermann Viana
A autora fez um apanhado geral da situação do homem e da mulher ao longo dos séculos. Tentou explicar a origem das diferenças entre os sexos através de textos bíblicos, obviamente peças de ficção religiosa, e apenas constatou que é considerado feminino a dedicação ao lar, o cuidado das crianças, a utilização da sedução sexual para submeter o homem e parir. Enquanto masculino é conquistar poder, distinção, honrarias e mulheres, e ser capaz de inseminá-las.
A autora conclui que, apesar de todo o avanço tecnológico e científico e a revolução de costumes deste final de século, ainda não apareceu nenhuma teoria que explicasse satisfatoriamente as diferenças entre masculino e feminino.