O patriarcado operante até hoje no Brasil é fruto das sociedades industriais e visa favorecer o capitalismo. A Divisão de papéis atribuindo ao homem o controle do que é público (política, cultura, trabalho) e à mulher o controle do privado (lar, educação dos filhos, manipulação do afeto do marido) tem como objetivo hierarquizar as relações homem-mulher e a reprodução de uma mão de obra dócil e servil.
A educação, que é uma obrigação do Estado através das escolas foi transferida para as mães, que desempenham um papel social importante, seja como babá, faxineira, cozinheira, professora e "repouso do guerreiro" e não tem reconhecido o valor de seu trabalho que deveria ser condignamente remunerado pelo Estado, pois é ele que dá condições para o homem trabalhar fora de casa.
O trabalho da mulher, por ser mais natural, é considerado inferior ao do homem, que está mais ligado à razão.
Apesar das relações entre pais e filhos hoje em dia serem mais abertas, as relações marido e mulher continuam bastante resistentes a mudança, mesmo com a entrada da mulher no mercado de trabalho. As mulheres reclamam que estão realizando o mesmo trabalho dos homens, mas os homens recusam-se a realizar o delas em casa. Resultado, as mulheres ficam sujeitas a dupla jornada de trabalho pois, quando chegam em casa depois de um dia de trabalho, tem que realizar todas as tarefas domésticas sozinhas.
A autora reconhece também, da mesma forma que Fernando Gabeira, que toda essa discussão masculino-feminino se restringe a uma minoria privilegiada (burgueses e pequenos burgueses) e que a maioria da população está preocupada com problemas mais urgentes como a fome, a doença, o desemprego, etc.
Mas para ela não basta a mudança do modelo político e econômico para mudar automaticamente as relações homem-mulher. Para a autora os movimentos feministas, de negros, de ecologistas, de homossexuais e das minorias discriminadas em geral,