BOCAGE - OBRA POÉTICA- PARTE 3
continuação...
Na capital encontrou uma adesão considerável às idéias de renovação vindas de fora, desencadeadas pelos movimentos de revolta na França. Contactou também com o processo de violência dirigido por Diogo Inácio de Pina Manique intendente-geral da polícia, que desenvolvera um sistema de espionagem, as MOSCAS, extremamente repressivo em relação àqueles que pudessem constituir uma ameaça à ordem política, social e religiosa vigente. Nos botequins do Rossio encontravam-se os intelectuais adeptos do filosofismo francês e dos estudos enciclopedistas, sendo Voltaire o escritor mais lido, devido às suas idéias, tidas como subversivas.
Porém, o amor forte por Gertrúria foi responsável por uma mudança na sua vida. Aspira à construção de um lar e resolve por isso, partir para o Oriente. Em 1786, por decreto de 31 de janeiro. Bocage é nomeado guarda-marinha nos mares da Índia. Parte em fevereiro de 1786, fazendo escal no Rio de Janeiro, onde foi entusiasmaticamente recebido pelo vice-rei Luíz de Vasconcellos Souza Veiga Caminha e Faro, personalidade amante das artes e das letras, que o integrou na sociedade local, desde logo fascinado pelo valor de Bocage.
Deixa o Brasil com alguma mágoa e parte para Goa, na companhia de Francisco da Cunha e Menezes, futuro governador do Estado Português da Índia, também ele rapidamente seduzido pela poesia de Bocage.
BOCAGE- OBRA POÉTICA - Carlos Nogueira
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