A crise no Nordeste parece ter destruído grande parte dos sonhos de milhares de brasileiros que esperavam ser 2004 o ano de uma “virada”. Mais do que isso, vemos a incapacidade do Governo de recuperar setores que “desde sempre” foram fundamentais para o bem estar de uma Nação: Saúde, Educação, mas principalmente o Emprego.
É claro que não podemos procurar um culpado para as chuvas do Nordeste. São Pedro neste caso nem nos atenderia. Entretanto, a triste situação que levou alguns estados nordestinos a decretar estado de calamidade pública acaba com aquela ilusão de que finalmente estávamos superando a crise. Dizer que o Brasil está se RECUPERANDO de uma forte crise é a maneira mais adequada para denominar a atual situação. Infelizmente o Brasil ainda não possui estrutura suficiente para contornar os problemas que possam vir a surgir. A partir do momento que recuperamos nossas forças, a maioria da população ajoelha-se e pede para que nada de imprevisto surja no meio do caminho, pois sabem que se algo de imprevisto acontecer dificilmente conseguiremos contornar sem sofrer nenhum arranhão. É isso que nos torna diferente das potências desenvolvidas. Nosso país ainda não possui forças suficientes para contornar os problemas sem precisar parar para pensar, sem precisar recorrer a algum fundo que na verdade não serviria para aquilo. Nossa Nação pensa muito, e depois de pensado corta verbas para a educação, para a saúde e acaba freando as taxas de emprego. Ora, educação todo mundo sabe que não elege ninguém. Já é comprovado que são necessários no mínimo 20 anos para que os investimentos em educação retornem à sociedade. Como cada mandato equivale a um máximo de oito anos, não fica difícil de fazer as contas.
Já está na hora de nossos governantes pensarem mais na sociedade e não nas suas campanhas eleitorais. Estamos novamente em ano eleitoral. SEIS BILHÕES foram cortados e mais de dois mil novos cargos de confiança estão sendo criados. Mais uma fábrica ameaça fechar as portas pois a fusão “criaria um monopólio”. Parece que estamos querendo o desemprego. Parece que liderar o ranking dos piores índices de IDH é um mérito. Não, não é este o prêmio que eu quero para o meu país.