

ffffff>O rei de Espanha, Juan Carlos I, acaba de assinar o decreto que dita a dissolução das Cortes espanholas - Câmara de Deputados e Senado - para então convocar as eleições legislativas que terão lugar no próximo dia 14 de Março.
O primeiro-ministro em exercício, José Maria Aznar, entregou pessoalmente o decreto dissolvente ao monarca na sua residência oficial, o Palácio da Zarzuela, logo a seguir a um Conselho de Ministros extraordinário, exclusivamente reunido para elaborar o documento que já foi publicado no jornal oficial.
O escrutínio de 14 de Março, segundo Aznar sublinhou, é crucial para o futuro da Espanha, a fim de que o país possa ser uma sociedade de pleno emprego, politicamente estável e economicamente dinâmico.
Depois de liderar o governo espanhol durante oito anos, Aznar, com 50 anos de idade, não se recandidata, tendo já sido substituído à cabeça do Partido Popular pelo seu antigo vice-presidente Mariano Rajoy.
Para os orgãos de comunicação, preparando desde já sua despedida, o chefe do governo espanhol disse: "Tenho a honra e o orgulho de ter servido a Espanha. Parto de consciência tranquíla, orgulhoso e satisfeito. Creio sinceramente que a Espanha de hoje, em 2004, está melhor do que em 1996".
Põe-se uma interrogação: tendo Aznar excelentes condições políticas para se manter na liderança do seu partido e do governo, qual o verdadeiro e efectivo motivo que leva este íntegro cidadão espanhol a abandonar com sóbria dignidade o poder que outras lídimas figuras do mundo conservam até exaustão e na maioria das vezes com nefastas consequências para os seus povos?
Aznar é um democrata de fina água, um político que conduziu a Espanha com prudente sensatez e sábia clarividência durante 8 anos. Basta pois para si a concretização do percurso que colocou como objectivo pessoal ao serviço da sua pátria. Vai agora viver tranquilamente o resto de sua vida, ficando o seu exemplar exercício a flutuar como bandeira que o mundo deverá içar no mastro da civilização hodierna.
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