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Artigos-->Passarinho que come pedra -- 22/08/2001 - 21:04 (José Pedro Antunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A primeira coisa que um internáufrago deveria fazer pelos semelhantes, aos ler os seus textos: fazer com que se dêem conta dos muitos cochilos que, natural e humanamente, acontecem quando se digita na tela do computador. Seria um belo primeiro passo. Sobretudo num site que se propõe literário.



Tenho a mania de revisar rigorosa e insistentemente os meus próprios textos. E como sempre haverá o que corrigir neles! E como poucos leitores se dão conta de lapsos tão visíveis, mesmo nos títulos! É assombroso!



Já me rendeu desconfortos e até mesmo desafetos o hábito (chego eu a pensar também que ele seja reprovável) enviar a seus autores a revisão rigorosa e insistente dos textos que me agradam. Muitos não estão preparados para a necessária evolução, para o aprimoramento dos seus instrumentos e ferramentas de trabalho. Mas também tenho firmado relações bastante produtivas com alguns dos que leio e com alguns dos que me lêem. Quando tudo isso coincide numa relação assim, regozijamo-nos entre pares, não é mesmo?



Aparte: visitas não são leitores.



Pode parecer pedante lançar mão de um termo técnico da lingüística como "ilusão enunciativa". E dele venho lançando mão com certa insistência. O fato é que essa "ilusão enunciativa", que popularmente atenderia pelo nome de pretensão autorial (autoritária?), adensada por ingredientes os mais variados, como "arrogância", "prepotência", "autocomplacência", "ausência de autocrítica", "bobagem", vem sendo a principal responsável por alguns equívocos graves em nosso relacionamento de autores/leitores para com autores/leitores dentro do site.



As polêmicas, por exemplo, não raro surgem marcadas por uma total ausência de avaliação quantitativa, com afirmações do tipo "ninguém pode escrever assim irresponsavelmente num site visitado por milhares de leitores". Milhares? Os nossos textos são visitados (ou lidos) por milhares de leitores? Que cada qual comece a reavaliar os seus julgamentos. O alcance do usinadeletras , para o bem e para o mal, não é lá essas coisas. Vamos e venhamos. No calor da hora, salve-se quem puder da pressa com que réplicas e tréplicas se jactam para fora de alguns cérebros nervosos. Havia uma expressão há algum tempo: "a mão vai mais rápido do que a cabeça". É o desastre. Comédia de muito baixa qualidade.



O quadro de avisos mais parece uma daquelas linhas que a antiga Companhia Telefônica Brasileira colocava à disposição dos usuários. Nelas, um grupo (socialmente representativo e relevante!) passava a conviver como se o mundo vivesse a expectativa de seus interessantíssimos bate-papos. Sempre pode acontecer alguma coisa. Em Aracaju, conheci um casal que se conheceu dessa forma. E foram felizes pelo menos até aquele momento em que os conheci em companhia de alguns rebentos.



Não seria preciso dizer que essas linhas telefônicas devem ser vistas, hoje, como a pré-história dos chats eletrônicos, ou dessa miséria espiritual que, como tal, faz questão de fazer alarde num nicho pensado para ser de utilidade para os usuários de um site literário. E falam todos como se o mundo aguardasse ("com a alma no papo", diriam minhas tias) os resultados brilhantes do interminável convescote.



Verdade seja dita: algumas das mais interessantes mininarrativas do usina são de autoria de Fernando Antonio Barbosa Zocca, e estão, curiosamente, no quadro de avisos . Pergunta-se: como e por quê? O autor talvez não tenha a verdadeira dimensão do conjunto do que escreve, relegando àquele espaço o que deveria, justamente, ocupar a sua página no site.



Rasgo de autocrítica (ou autopromoção?): eu também tenho inserido ali algumas mini-resenhas dignas de consideração. Justifico: é como interpreto, desde a descoberta de sua existência, a utilidade daquele espaço cotidianamente vilipendiado. Em geral, trato de acusar a presença de "extremófilos" em ação, o que, julgo, é do interesse de todos.



Todas essas reflexões me acompanham nesta minha, até certo ponto, quixotesca permanência no usina . É preciso dizer que, ao longo de um ano, nunca o site viveu uma crise comparável a esta que agora vejo instalada. É só conferir. É realmente impossível seguirmos falando num site visitado por milhares de leitores, como já afirmei a um polemista em saudável troca de e-mails que mantivemos. Não pode resultar em boa coisa cada qual seguir publicando como se esse fosse um gesto autoral ansiosamente esperado pela humanidade. Isso também, é claro. É legítimo que cada qual alimente suas veleidades e pretensões de verdade e/ou literariedade. Mas nem por isso acho razoável abrir mão de um intercâmbio mínimo que seja, como a proposta inicial deste artigo, que poderia ser formulada como um ato de fé nas possibilidades de progresso das humanidades dentro da rede. Teríamos de reduzir um pouco o tamanho do salto, para recomeçarmos com coisas bastante elementares, bem no chinelo mesmo: "hei, amigo, você cometeu um erro no título do artigo ou do poema"; "ficou faltando a crase"; "a palavra tem acento"; "por que você não tenta fazer daquele outro jeito"; coisas assim.



Remeto o autor/leitor a um texto que acabo de lançar no site: "Aos extremófilos" (em cartas ). Tudo a ver com o que espero ter começado a dizer nos parágrafos acima.



Em tempo: sem nenhuma ilusão enunciativa. Este texto terá os seus 20 leitores. A menos que eu o inserisse em eróticos e, é claro, com um título meio sacaninha. Ou em cartas , fazendo supor que vou descer o sarrafo nalgum chat-boy ou chat-girl de plantão, digo, na moita, no quadro de avisos .



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