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Artigos-->A DIVINA COMÉDIA -- 22/08/2001 - 16:06 (Maurilio Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O Congresso Nacional tem servido de palco para espetáculos memoráveis e dantescos. Os nossos parlamentares têm proporcionado à nação performances de deixar com inveja os mais experientes atores do teatro e TV brasileira. É muito mais interessante atualmente assistir as transmissões da TV Senado ou TV Câmara do que ir ao teatro ou assistir a novela das oito. Desfilam pelas tribunas personagens homéricos com argumentos e declarações que beiram as raias do ilusionismo e da prestidigitação. São verdadeiros mestres na arte de distorcer, transformar, maquiar, ocultar os fatos e as evidências.

A mais recente peça em cartaz no “Tablado de Brasília” chama-se: Linchamento Político. Esta peça já está em cartaz há muitos anos, com uma enorme rotatividade no elenco. A cada temporada muda o ator principal, porém o tema ou a história é sempre a mesma e o público já não agüenta mais tanta encenação. Após serem flagrados em suas maracutaias e terem os seus sigilos fiscais, bancários e telefônicos quebrados, com farto material produzindo evidências, ao serem levados a julgamento legítimo, onde cada etapa segue as normas constitucionais e regimentais por eles mesmos aprovadas e votadas, nossos talentosos parlamentares se declaram vítimas de perseguição e linchamento político.

Pelo visto, processo administrativo, auditoria e justiça mudaram de nome. O ex-presidente Collor de Melo, os ex-senadores José Arruda, Antonio Carlos Magalhães e agora o futuro ex-senador Jader Barbalho se consideram vítimas de linchamento político. O caso mais clássico de linchamento político registrado na história do Brasil, foi o do Alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Nosso mártir foi literalmente linchado e esquartejado, não por ter sangrado os cofres do Império, mas sim por querer evitar que nossas riquezas fossem transferidas para além-mar. Exatamente o oposto de nossos anti-heróis que são especialistas em operações fraudulentas, remessa de dólares para contas fantasmas em paraísos fiscais, desvio de verbas públicas e enriquecimento ilícito. Baluartes na arte do coronelismo, clientelismo, nepotismo, cabotinismo, cinismo e outros ismos.

Tiradentes sim foi vítima de linchamento político. Morreu pobre, mas deixou um legado de moralidade, idealismo e amor à Pátria, exemplo que deveria ser resgatado e seguido por todos aqueles que investidos de um mandato afiançado e legitimado pelo povo naufragam no charco da vaidade e se deixam seduzir pelo ópio do poder e da corrupção.

Não existe teoria econômica que explique o enriquecimento de pessoas que com o salário pago a um político, possa em tão pouco tempo erguer verdadeiros impérios formados de emissoras de rádio e televisão, jornais, centenas de imóveis de luxo, aviões, barcos de luxo, contas bancárias e empreendimentos no exterior. Nem nos Estados Unidos, terra do dólar e do sonho americano, um político consegue amealhar tanto patrimônio em tão pouco tempo. Aqui no Brasil, país considerado de terceiro mundo esses “representantes do povo” vivem no país das maravilhas, como verdadeiros sultões enquanto que o seu infeliz eleitorado vive no país do terror, da insegurança, da ignorância, da fome e da desesperança.





Maurilio Silva - silmaster@yahoo.com.br

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