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Artigos-->Dar do que faz falta -- 20/12/2003 - 02:26 (m.s.cardoso xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Dar do que faz falta

Carlos Romero (jornalista, espírita).

e-mail:Romero@openline.com.br



Jesus foi um grande observador. Certa vez, como já vimos, antes de operar o fenômeno da multiplicação de pães e peixes, ele se propôs a olhar a multidão faminta e inquieta, e sentiu uma forte compaixão daquela gente, que lembrava um rebanho sem pastor. A compaixão é aquele sentimento através do qual você se vê na situação do outro. Há mães que sofrem tanto pelos filhos que chegam a dizer: “ antes eu do que eles”. O amor materno é tão profundo que a mãe se vê no filho. Isto se chama compaixão.

Jesus era todo compaixão. Daí, sentir a fome daquela multidão, cuja maior fome era a de amor.

Ele sabia que não eram os peixes, nem os pães, que iriam saciar a fome daquelas cinco mil pessoas, mas a sua Doutrina. A ignorância é a maior das carências. “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” – recomendou ele. Sem o conhecimento da verdade o homem não será jamais feliz. Sua verdade era a verdade de água-viva, aquela que mata a sede para sempre, conforme foi ensinado à mulher samaritana.

Agora, Jesus está à porta de um templo, olhando as pessoas entrando e saindo. Observou, então que os ricos depositavam muitas moedas no cofre ali exposto. Cada um que desejasse suplantar o outro, nas ofertas.

Aí aconteceu um fato que muito o comoveu. Apareceu uma pobre viúva (vejam bem: além de pobre, viúva; uma grande provação) que colocou naquele depósito, apenas duas moedas. Óbolo ridículo, sem comparação com as vultosas quantias depositadas pelos milionários.

Jesus, então, aproveitou o fato, para dar mais uma lição aos apóstolos, que estavam admirados com as grandes ofertas dos ricos.

Afinal, quem foi que deu mais, o rico ou a pobre viúva, que, só Deus sabe, com que sacrifício se desfez daquelas duas moedas?

Os apóstolos esperavam que Jesus dissesse que eram os ricos. A resposta do Mestre, porém, os desconsertou:

-Em verdade vos digo, esta pobre mulher deu mais do que os outros, pois todos aqueles lançaram nas ofertas o que lhes sobrara; esta, porém, deu do que lhe restava para o seu sustento.

Dar do que sobre é uma coisa, e dar do que faz falta é outra. Muita gente adora a caridade com publicidade, a caridade da sobra, que tem lá o seu valor, é claro, mas um valor muito relativo.

Caridade é amor ao próximo. E amor ao próximo é compaixão. Se você dá um copo d’agua ou um pedaço de pão a um pobre, mecanicamente, isto é, sem nenhum sentimento de piedade para com ele, você agiu não como um homem, mas como um robô, como uma máquina. Você não sentiu o sofrimento do outro. Você não se tornou humano. Você quis se descartar de um importuno.

Há uma maneira de você se sentir na pele do outro. Basta indagar: “Se ele fosse meu pai ou meu filho?”, ou então “se eu estivesse naquela mesma situação”?

Como vimos a lição de Jesus, entre dar do que faz falta e dar do que sobra, há uma grande diferença.





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