"Queimem-me! Onde ascenderem uma fogueira, aí a História levantará uma estátua para mim." (Giornano Bruno, apud Guerra Junqueiro)
A história é prenhe de exemplos que demonstram que ciência não se mistura com religião nem com ideologia, que é a religião envergonhada. E muito menos com política, a prostituição do poder.
Nicolau Copérnico, no começo do Século XVI, descobriu que, ao contrário do que afirmava a Igreja Católica, a Terra girava em torno do Sol e não o contrário. Como não lhe atraía a perspectiva de terminar seus dias na fogueira da Inquisição, engavetou sua descoberta e só a divulgou quando já no leito de morte.
O genial Galileu Galilei quase foi churrasqueado pela Inquisição Católica, por também defender a descoberta de Copérnico. Salvou-se porque era amigo do rei, mas passou o resto da vida na prisão.
Outra gênio colossal, Giordano Bruno, apoiou Copérnico e Galileu e enfrentou galhardamente o obscurantismo religioso. Depois de seis anos de prisão e de torturas, em 17 de fevereiro do ano da graça de Nosso Senhor de 1600 foi amordaçado e queimado vivo, pela Inquisição Católica, no Campo dei Fiori, em Roma. No século XIX foi erigida neste local uma estátua do intrépido Giordano Bruno, em homenagem à liberdade de pensamento.
Em todas as épocas os medíocres se opuseram, com o mesmo fervor com que Requião persegue a soja transgênica, aos avanços da ciência e da tecnologia. Charles Darwin, outro gênio descomunal, também receoso dos arautos do atraso, as autoridades eclesiásticas, engavetou suas descobertas por duas décadas, só as publicando a instâncias de seu amigo Thomas Huxley.
O capítulo mais ridículo do conflito da ciência com a boçalidade endêmica dos dirigentes ocorreu na defunta União Soviética, quando o monstro Stálin, que dava palpites em tudo, desde guerras e massacres até arte e ciência, decidiu que as teorias de Darwin eram uma demonstração da "decadente sociedade burguesa" e decidiu apoiar as teorias do "cientista" comunista Lysenko que, por motivos ideológicos, negava as teorias de Gregor Mendel e de Charles Darwin e garantia que a evolução caminhava por meio da transmissão dos caracteres adquiridos e não pela seleção natural. Uma burrice do tamanho da União Soviética. Segundo suas teorias, se você cortar o rabo de um rato, sua prole nascerá sem rabo. Mendel e Darwin demonstraram que só se herdam as mudanças ocorridas nos genes, e não no soma (no corpo).
Stálin mandou aplicar as teorias de Lysenko e, obviamente, colheu desastre. A patética União Soviética transformou-se no maior importador de grãos dos Estados Unidos e do Canadá.
Como quem não conhece a história está condenado a repeti-la. Monumentos de mediocridade como a escória da esquerda, juntando Requião, IDEC, José Bové, petistas, ambientalistas deslumbrados e outros comunistas enrustidos resolveram ressuscitar a caça às bruxas da Inquisição, desta vez elegendo como bruxa a soja transgênica.
Com seu irresistível tropismo para o atraso e para a baderna, a raia miúda da esquerda, desprezando a ciência, foi vitimada por uma histeria coletiva, com idiotices tais como o IMPACTO AMBIENTAL que, segundo eles, "não foi devidamente avaliado. Seria um perigo de proporções apocalípticas liberar a soja transgênica para a população! Como se ela já não estivesse testada e retestada há tantos anos!
As cenas da patrulha de choque de Requião impedindo a entrada de caminhões de soja no Paraná fazendo testes, queimando soja transgênica, não deixa nada a dever aos autos-da-fé da Idade Média, em termos de boçalidade, ignorância e fanatismo. Custo a acreditar que semelhante insanidade esteja acontecendo em pleno Século XXI. Só mesmo nesta republiqueta de banana chamada Brasil, onde demagogos baratos como Requião chegam a governador de um estado importante como o Paraná. Como disse Delfim Netto: "Não subestimem o Requião! Ele tem os DEFEITOS necessários para ganhar a eleição". Para ganhar eleições no Brasil requer-se defeitos, e não qualidades. Requião é uma prova viva!
A soja transgênica representa a vitória da tecnologia de ponta aplicada à agricultura, permitindo o plantio de sementes melhoradas que permitem maior produção, menor uso de herbicidas e, obviamente, MENOR IMPACTO AMBIENTAL. No entanto, imbecis como o marginal Jose Bovê, que está sendo procurado pela polícia em seu País, aqui no Brasil faz sucesso no seio da esquerda, pelo simples fato de combater uma multinacional americana, a Monsanto. Se a empresa fosse de um país comunista, os mesmo opositores de hoje seriam ardorosos defensores.
Depois do fragoroso fracasso do comunismo da União Soviética, os débeis mentais da esquerda formaram centenas de organizações cripto-comunistas, que se unem na oposição aos Estados Unidos. A nova face do comunismo é o "antiamericanismo" e, neste balaio de gato cabe um zoológico completo, como petistas, socialistas, comunistas, sociais-democratas, fundamentalistas islâmicos e bandidos de alto coturno, como Fidel Castro, Hugo Chávez, os narco-traficantes das FARC, os facínoras do MST e a banda podre comunista da Igreja Católica. Agora, também, os narco-traficantes da Bolívia que, junto a Cuba e Haiti, formam o grupo dos países mais pobres e retrógrados das Américas.
O Ministro da Agricultura, percebe-se, não tem nada contra a soja transgênica. A Embrapa, que devia ter a última palavra, não só é favorável como tem vários projetos de variedades transgênicas, engavetados até acabar esta palhaçada da esquerda. A transgenia é uma conquista da genética, uma ciência de ponta, e não serão os idiotas do PT que irão impedir o avanço da tecnologia. Países mais inteligentes já estão se transferindo totalmente para a soja transgênica e até o fóssil insepulto Fidel Castro mantém estudos de desenvolvimento genético por meio da transgenia, em uma raríssima demonstração de inteligência. No Brasil, o assunto foi politizado a tal ponto, como convém a um governo comunista como o nosso, que vários ministérios foram envolvidos, sob a autoridade suprema de ninguém menos que o cubano-brasileiro José Dirceu. Já sabemos que a politização da economia, e da ciência, é o caminho para o desastre.
Quanto ao furibundo zelo de Requião, não passa de jogo de cena. Existem, de fato, leis idiotas restringindo o plantio e a comercialização da soja transgênica, entretanto, se ele tão interessado no Estado de Direito como pretende parecer, poderia dedicar seu esforço a causas mais inteligentes, como o combate à criminalidade, incluindo as quadrilhas de sem-terra que continuam desrespeitando o direito de propriedade, sob o olhar complacente das autoridades. Que tal se ele dedicasse seu tempo a melhorar a educação pública, que está no fundo do poço, uma vergonha internacional, em vez de fazer demagogia barata, sabotando o setor agrícola, que é o que mais tem dado certo no Brasil-a salvação de nossa balança de pagamentos?
Quanto aos deslumbrados que se preocupam com o "impacto ambiental", são, no mínimo, ridículos. Infelizmente a agricultura usa tantos venenos que certos produtos hortifrutigranjeiros não passam de pudins de veneno. Certa vez visitei uma plantação de melão e verifiquei que doze aplicações de veneno são necessárias para cada safra. Às vezes a fruta fica até com gosto de inseticida. Tomates, morangos, uva, feijão, arroz, batata, às vezes até usam venenos sistêmicos, que circulam pela seiva. Não adianta lavar nem descascar os produtos. Não é de admirar que a incidência de câncer esteja crescendo.
Se os inquisidores da soja transgênica se preocupam com o impacto ambiental, por quê não lêem os rótulos de produtos como lingüiças, salsichas, bacon e até frango temperado, sem falar nos açougues que oferecem carnes vermelhas, maravilhosas e apetitosas? Todos estes usam, com licença do Ministério da Saúde, dois elementos altamente cancerígenos, o nitrito de sódio e de potássio. E, por falar em impacto ambiental, o envenenamento de todas as cidades, por ocasião da epidemia de dengue, pelo "fumacê", não tem impacto ambiental? Por que morrem passarinhos e até gatos?
Quando os inseticidas clorados (a família do DDT) foram proibidos no primeiro mundo, por causa de sua toxidez e permanência no ambiente, foi aberta uma fábrica no Brasil e a Sucam entupia de BHC os ranchos de todo o Brasil, para combater o barbeiro, porém matando também gatos, cachorros e talvez até crianças. Onde estavam o Requião e seus amiguinhos petistas?
Por que ninguém denuncia o uso abusivo do NPK (nitrogênio, fósforo e potássio), que estimula o crescimento das plantas mas envenena o solo, matando as minhocas, bactérias e fungos úteis às plantas? Com o NPK as plantas crescem desequilibradas, com excesso de partes protéicas e pobres em micronutrientes, atraindo grande quantidade de pragas que, para serem combatidas, requerem a aplicação fantástica de venenos, que se incorporam às plantas e são ingeridas pela população. Não seria mais lógico defender a agricultura orgânica, que não usa venenos, nem no solo nem nas plantas, em vez de se dedicar à caça das bruxas transgênicas? Será porque a agricultura do veneno é boa para os negócios? Ou será porque a soja transgênica é má para os negócios, pois economiza venenos? Será porque o glifosato (Roundup), que se assemelha quimicamente a um aminoácido, é cinco vezes menos tóxico que os herbicidas convencionais, além de ser biodegradável, não se incorporando ao solo nem envenenando os lençóis freáticos, como acontece com os outros herbicidas preferidos pelo Requião e pelos ecochatos de plantão?PENSAMENTOS DO DIA:
(1) "A soja transgênica é uma destas descobertas sensacionais que mudam o curso da história da agricultura e do combate à fome no Brasil e no mundo." Ildeu de Oliveira Santos, médico, ex-professor de bioquímica e ex-pesquisador de bioquímica na Kansas University, Estados Unidos, atualmente presidente da Amipeme.
(2) "Nivelar-se ou sucumbir! As mediocracias negaram sempre as virtudes, as belezas, as grandezas. Deram veneno, a Sócrates; o punhal, a César; o madeiro, a Cristo; o desterro, a Dante; o cárcere, a Galileu; o fogo, a Bruno. Enquanto escarneciam destes homens exemplares, esmagando-os com sua sanha, ofereciam seu servilismo a governantes imbecis ou ofereciam seu ombro para sustentar as mais torpes tiranias"- José Ingenieros, O Homem Medíocre.
