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Artigos-->PanAmérica 2000, Estilhaços de Brasil -- 09/08/2001 - 15:01 (Lúcio Emílio do Espírito Santo Júnior) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Eu suponho que a E(pop)éia PanAmérica, de José Agrippino de Paula (Ed. Papapagaio, 2001) seja uma descrição dos mitos do homem moderno, uma odisséia da superfície e do cotidiano. Não há uma referência sequer à cidade de São Paulo, de onde é originário o autor, mas existe uma preocupação de reunir elementos de toda a América. Os europeus aparecem apenas como turistas. PanAmérica rompeu muitas das mediações com a tradição secular da literatura em português, e não por acaso, no seu livro seguinte, United Nations, Agrippino rompeu mesmo a última instância de mediação literária: o português escrito no Brasil, escrevendo uma narrativa toda em inglês. Resta avaliar onde ele chegou com essa ruptura.

O eu que conduz a narrativa é um anônimo que interage com o Olimpo de Roliúde: Marilyn Monroe, Cary Grant, Carlo Ponti e outros. Mas ele rompe totalmente com o naturalismo: "Eu rasguei com a unha a tampa de papel que era a virgindade de Marilyn Monroe e depois introduzi o membro na vagina apertada e úmida" (Agrippino, 2001, p. 62). Agrippino faz uma transfiguração do capitalismo avançado, com os atores de Roliúde servindo de novos mitos. No texto, Marilyn Monroe e Joe Di Maggio são representações mítico-religiosas de seres sobre-humanos. Nesta epopéia onde o eu não quer voltar ao ponto de partida, a origem é um problema (Marilyn dá a luz a um exército de fetos de orelhas pontudas que ataca o narrador) e o final é o apocalipse nuclear, uma espécie de Juízo Final de um Deus louco.

PanAmérica é um livro importante para entender o Brasil dos anos 60, e que ainda é lido por contemporâneos preguiçosos e meia-oitos deleuzianos como mera masturbação formal ou velha novidade Beatnik-Pop-paulista. Porém, em sua riqueza, muito resta para ser decifrado. Decifremos então PanAmérica, enquanto ele ainda não nos devorou.



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