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Artigos-->A ditabranda derrotada -- 11/11/2003 - 11:46 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Está na praça o livro de Élio Gáspari, "A ditadura derrotada".



Como muitos, também não acho que o "regime militar", por inteiro, deva ser defendido com unhas e dentes. Há pontos positivos (de 46ª nação, quanto ao PIB, nos tornamos a 8ª economia do mundo), e pontos negativos, como a xenofobia e o antiamericanismo, que começaram a aparecer com Costa e Silva, praticamente desapareceram com Médici e voltaram com força redobrada durante o governo Geisel. Figueiredo foi um desastre total, deixou tudo correr frouxo, apenas riscava no calendário os dias que faltavam para passar o governo e entregou o país a Sarney com quase 80% de inflação mensal, obrigando-o a declarar a moratória. O governo de Figueiredo acabou exatamente na noite da tentativa de atentado no Riocentro, feita por militares radicais, caso grave que não foi devidamente apurado, ninguém foi punido, apenas foi feita uma encenação pública.



Sobre a xenofobia brasileira e o antiamericanismo, escrevi o ensaio "Nacionalismo e esquerdismo nas Forças Armadas", publicado em Usina de Letras (www.usinadeletras.com.br) e no site do Prof. Bergamini. Acesse o Google e digite o título, para saber um pouco mais sobre as 3 tentativas comunistas de tomada do poder no Brasil, além do antiamericanismo e da xenofobia que grassa também no meio militar.



Os prejuízos nacionais foram estupendos: com o monopólio da Petrobrás, até hoje somos dependentes de óleo externo; a Argentina, que abriu o país à prospecção e produção estrangeira, em 4 anos se tornou autosuficiente e exportadora do produto; caso Farquhar (poderíamos ter iniciado a industrialização nos anos 20, com a implantação de uma siderúrgica); negação de assinatura do TNP (de armas nucleares): não fabricamos a bomba, que ao menos poderia ser uma poderosa arma de dissuasão, e ainda fomos prejudicados pela proibição, dos EUA, de importarmos supercomputadores; a reserva de informática (que atendeu a alguns apaniguados, que somente fabricaram produtos piratas obsoletos e caríssimos, atrasando em 20 anos a inclusão dos brasileiros nessa moderna ferramenta); a própria Constituição de 88 (xenófoba e utópica por excelência); os casos Alcântara e ALCA (que nem merecem comentários, por serem um caso recente do conhecimento de todos).



Claro, há o caso negativo da tortura, essa palavra mágica que a esquerda usa com tanta constância, querendo monopolizá-la para si, pois nunca reclamou da tortura feita atrás das cortinas de ferro e de bambu - e nas prisões do guru de Lula, Fidel Castro. Lendo o livro do general Del Nero, "A Grande Mentira", sabemos que torturas houve, mas muitos casos foram inventados, para denegrir as forças de segurança e conseguir habeas corpus ou absolvição para terroristas. Os próprios líderes marxistas diziam a seus seguidores que não deveriam nunca ser presos em confrontos, pois seriam torturados, que era preferível morrer no tiroteio ou se suicidar engolindo veneno.



O dito "regime militar" foi muito mais brando que qualquer outro da América do Sul. Basta somar o número das vítimas. Além do mais, ele foi muito mais humano do que seria, por exemplo, os próprios EUA e a Grã-Bretanha em situação semelhante. Explico. No caso dos seqüestros de diplomatas estrangeiros, como o embaixador americano Charles Elbrick, os dois países citados eram contra a chantagem dos terroristas para libertação de "kamaradas" presos. O Brasil, porém, aplicando os verdadeiros "direitos humanos" a pessoas de bem, não a bandidos, preferiu soltar centenas de terroristas e "militantes" a colocar em risco a vida de um estrangeiro que veio trabalhar em nosso País e, portanto, merecia toda a nossa solidariedade e toda a segurança possível. Os próprios EUA e a Grã-Bretanha, em tal situação, teriam deixado os diplomatas à própria sorte. Provavelmente, teriam sido mortos, como ocorreu em outros países. A vantagem desse raciocínio é que provavelmente teria havido apenas um seqüestro no Brasil, que não se repetiria, por ser inócuo.



Os milicos fizeram algumas bobagens, sem dúvida. Deveriam ter passado a faixa presidencial depois do governo Médici, que tinha desbaratado praticamente todas as organizações terroristas (exceto a guerrilha do Araguaia), fazia a economia crescer mais de 11% ao ano e gozava mais de 80% de aprovação popular. O motivo alegado, na época, de não passar o governo a um civil, foi a continuação do conflito no Araguaia, que merecia uma atenção especial, com um governo ainda "forte" para combater os terroristas para valer, não essa mentirinha de segurança pública que hoje se verifica no Brasil, com bandidos caçando policiais e o governo nada fazendo de concreto.



Os militares merecem o reconhecimento de todos os brasileiros por dois motivos:



1 - terem livrado o Brasil de um regime marxista nos moldes cubanos;



2 - terem evitado que no Brasil se prolongasse uma guerra civil, como aquela que ocorre há mais de 40 anos na Colômbia, com organizações terroristas marxistas das FARC e do ELN, e outras forças paramilitares de direita.



A verdade é que o Brasil fez, então, muito bem o seu dever de casa. A Colômbia "gazeteou" a aula.



Abraços liberais,



Félix Maier

ttacitus@hotmail.com



***



Parabéns pelo excelente texto. Senti de perto a ameaça de sequestro do embaixador americano: minha esposa, na época com 24 anos, era recepcionista na Embaixada Americana (ainda no Rio de Janeiro), e como todos sabem a embaixada era uma caixa de vidro que poderia ser invadida por qualquer maluco dirigindo um caminhão, ou simplesmente invadida á pé por um bando de terroristas. As primeiras vítimas numa situação dessas seriam os funcionários brasileiros que ali trabalhavam.



Somente, quando se tem alguém da família exposta á uma situação terrorista, é que se tem noção de perigo. Em todos os anos em que vivi no Rio de Janeiro e em São Paulo nunca tive medo dos militares, nem da polícia. Nem mesmo quando houve a Contra revolução de 64, e quando vivia em Porto Alegre, nunca me senti ameaçado ou em perigo.



Hoje em dia procuro ficar bem longe de qualquer aglomeração, e longe da periferia.



Saudações, Marcelo

Tue, 11 Nov 2003 11:07:26 -0200



***



Kamarada



Muito bom o seu texto.



Sobre a falada tortura nos "porões". Assisti diversos casos impressionantes: o cara era preso, na rua ou nos aparelhos, com armas na mão. O cara já era possuidor de um vasto prontuário de assaltos, sequestros, etc. Exemplo: Alex Polari de Alverga (o "Bartô", da VPR). participante de dois sequestros de embaixadores e mais 12 assaltos a banco ou supermercados, pelos quais estava condenado a 60 anos de prisão. Pelos sequestros estava condenado a duas prisões perpétuas. Ao lhe ser dada voz de prisão, na rua (na Tijuca), tentou fugir com seu fusca. Na fuga, atropelou e matou uma mulher. Afinal, preso, foi levado para interrogatório. Suspeitava-se, na época (maio de 1971) que sabia onde estava Carlos Lamarca (que já havia saído da VPR e estava no MR-8). Perguntado sobre suas atividades, seu aparelho, etc, simplesmente respondeu: "eu não vou falar porra nenhuma".



De outra feita, uma mulher, do Comando Nacional da VAR-PALMARES, já em fase de extinção. Presa, em sua bolsa tinha um chaveiro com várias chaves. Perguntada de onde eram aquelas chaves, respondeu (isso dentro do DOI/I Ex): "não vou dizer".



E aí, parodiando Lenin em 1902, O Que Fazer?



Tenho a impressão que era a esses casos que Geisel se referiu.



Um abraço



Azambah

Tue, 11 Nov 2003 10:18:27 -0300



***



Sua descrição sobre o regime militar é corretíssima. Só no governo Castello Branco podemos aprovar tudo que fez. O Geisel e o Figueiredo foram péssimos dirigentes e não souberam conduzir a transição, dando no que deu. Geisel foi realmente o introdut oficial do anti-americanismo e da "Terceira Via" em nosso país...



Abraços, Meira Penna

Tue, 11 Nov 2003 11:35:58 -0200













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