A respeito das reportagens de Josias de Souza, na Folha de S. Paulo, acusando o Exército de exercer a espionagem, convém esclarecer à população que o MST possui seu próprio serviço de Inteligência, a Inteligência do Movimento (INTEMO), que tem por objetivo obter dados sobre quaisquer pessoas ou organizações que afetem os interesses do MST. Uma singela pergunta: a imprensa tem acesso aos “cursos de capacitação política” (eufemismo para doutrinação revolucionária) que o MST promove em várias cidades?
O PT tem a PTpol, trocadilho da palavra Interpol e da “polícia do PT”, criado pelo então Senador Esperidião Amin durante a “CPI dos Anões do Congresso”, em 1993. Amin estranhava a desenvoltura com que José Dirceu apresentava documentos que só um espião poderia fazer. Aliás, José Dirceu, atual presidente do PT, é especialista em informações, contra-informação, estratégia e segurança militar, com treinamento em Cuba, e fez parte do serviço secreto cubano durante os governos militares.
Hoje, a arapongagem é uma prática comum em todos os setores da vida nacional, proliferando-se no país como geração espontânea. O procurador petista José Francisco de Souza, do DF, gravou secretamente conversa mantida com o então Senador Antônio Carlos Magalhães. O conteúdo da conversa – violação do painel eletrônico de votação, por ocasião da cassação do ex-senador Luiz Estêvão - levou à renúncia do senador baiano. Até a TV Globo tem diariamente um encarte de “araponganews” no Jornal Nacional, com repórteres travestidos de Sherlock Holmes, fazendo reportagens com filmadoras e microfones escondidos. Toda essa prática ilícita não é contestada por órgãos como a OAB, organizações de direitos humanos etc. Pelo contrário, ela é até incentivada. Para esses, os fins propostos justificam os meios utilizados, abolindo-se qualquer noção de ética.
Por que, então, os órgãos de Inteligência do Brasil iriam andar com capacetes com a inscrição “SECRETO”?