É com grande tristeza que volto a ler artigos e cartas insistindo em criar um ambiente policial na Usina.
O querido colega André Luis, que expressou publicamente seu arrependimento de ter sugerido a prática da censura, concorda que não se pode trocar o mal remediável, que são os textos "indesejáveis", por um mal ainda maior, que é a limitação de liberdade para os criadores que aqui, neste espaço até agora democrático, apresentam seus pensamentos e idéias traduzidas nos signos lingüísticos de nossa querida língua portuguesa.
Agora, o caro colega Torre da Guia, o qual prezo como escritor e aprecio a leitura, sugere algo ainda mais execrável, a expulsão de escritores de um site de escritores.
Equivale a estabelecer a pena de morte para calar aqueles que são "indesejáveis" para alguns membros do grupo, que não suportam a diversidade de opinião e de expressão.
Amigos usineiros, no pseudocaos da Usina encontramos o cosmos de nossos pensamentos convivendo na harmonia necessária, nunca na monotonia de padrões e regras cerceadoras da liberdade de criação e de expressão.
Nosso amigo lusitano tem em sua pátria um exemplo do que falo aqui, na pessoa do poeta Bocage, o qual por muito tempo foi condenado literariamente por se ver associado quase que exclusivamente aos textos picantes que produziu, e que serviu de escudo para tantos anônimos que de seu nome se valeram para ir ainda mais longe.
Não temamos o que é diferente, somente por que sua diferença não nos agrada.
Espero ver a verdadeira harmonia medrar neste espaço, a mesma que rege o universo, onde algumas estrelas explodem, cometas colidem com planetas, tudo como deve ser na ordem cósmica. Que também aqui seja assim.