O universo gira em minha frente, enquanto vejo partículas brilhantes bailarem ao som das sinfonias galácticas, quase toco a supernova que cruza o espaço sideral passando ao alcance da minha mão.
Mas eu nem tenho mão, é apenas força da expressão que pode ser aplicada na vida que levei na terra.
Hoje, e isso também é força de expressão, unido ao universo, como sempre estive, sem perceber, Eu Sou.
Esta é a realidade, a realidade do existir não existindo, porque a negação e a afirmação, matematicamente, se anulam, o que não significa deixar de existir, mas existir perenemente, sem as transformações que empurram as coisas de lá pra cá e vice-versa.
Eu me perguntava: como viverei sem um corpo?
As teorias várias que eu li, me diziam que haveria corpos diversos, cada um com uma vibração diferente, quintessenciada, como a querer nos acostumar aos poucos à verdadeira existência, aquela que é também inexistente.
Agora percebo, tudo está aqui, aqueles que amo, que agora se confundem com a humanidade, minhas lembranças vão desde o início até o fim, que também é início, e nunca para, nunca para.
O que me faz vir aqui, é apenas compaixão por todos que se prendem às necessidades falsas da vida material, que não são outras que não amar e ser amado, comer e beber, cantar e dançar, brincar e dormir, trabalhar e pensar, nessa ordem, para então ser feliz, numa alvorada ou num crepúsculo especial, como todos são.