993300>Um humano só... Sob relance mesquinho de raciocínio verrino, pode servir de alvo à cegueira que pulveriza o mundo de ácido biliar com o exclusivo fim de babar-se para cima do gáudio que proporciona aos vendados que lhe seguem a trilha.
Lê-se e sentem-se as palavras emproadas de ridículo e impulsos imbecis, autênticas garatujas à tecla que intentam tão só ofender, rebaixar e humilhar outrem, ao mesmo tempo que visam o subreptício e primordial objectivo: lograr o êxito oco ainda que o trofeu só revele baixos e ínvios sentimentos.
O tempo da honra que punia o adverso com a indiferença até ao desprezo foi-se quase de todo e à luz hodierna paira agora o descaramento que por qualquer forma obtenha lucro, seja ele qual for. Não admira pois que nos passeios de países impositivamente ricos soçobrem à fome e ao frio milhares de seres humanos, os quais a hipocrisia trata à sombra do "em nome de"... Mas sem nada fazer.
Um cão qualquer imagina-se poeta e só vê no céu mil pedradas de riso com fel por dentro... Pedradas lançadas ao ar pelo desígnio de um crânio pleno de feldspato e mica... O quartzo está dentro do relógio que lhe marca num dos pulsos as tristes horas da vida a fingir que ri de desdém em sonho snob. E nem um óbvio osso lhe salta da ideia... A cabeça é só de massa inerte com registo quadrado.
António Torre da Guia
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