"Assertiva ou agressiva? Como será a mulher moderna?
Alencar Moreira (*)
Foi um pedido de uma professora. Ela trabalha com crianças no Ensino Fundamental e assume uma atitude aberta ao diálogo com as crianças. Que bom! O problema apresentado é o seguinte: "seus" meninos têm reclamado muito da postura agressiva das meninas nas diversas situações do dia-a-dia. "E aí, Alencar, o que está acontecendo?".
Caramba! Até a criançada já está percebendo o que nós, homens adultos, já vínhamos notando há algum tempo. Mas, o importante não é descobrirmos quais as razões do incremento da brutalidade feminina. São razões históricas, a reboque da busca da mulher pelo nivelamento com o homem.
A pergunta a ser respondida é outra: tem sido bom para as próprias mulheres? Tem sido bom para os homens? É claro que não! O homem moderno vem se tornado mais carinhoso e mais delicado. Tem cooperado mais em casa e participa ativamente da educação dos filhos. Toda essa postura levaria o casal a um contato mais horizontal, mais saudável e muito mais feliz.
Mas, se a mulher aproveita o vazio deixado pelo homem que deixou de ser bruto para, ela própria, tornar-se embrutecida, o ganho é zero. O casal permanece conduzindo sua relação com brigas. Agora com uma novidade: a mulher é que subjuga o homem. Depois, quando casados, a família também não sai lucrando. A desarmonia continua presente. A brutalidade continua sendo a regra. E as meninas se espelham nesse modelo apresentado pelas mães.
As mulheres podem ser mais assertivas sem se tornarem agressivas, embrutecidas. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. E aí me lembro da famosa frase de "Che" Guevara. Serve para meninas e, também, para mulheres adultas. "Hay que endurecerse, sin perder la ternura jamás".
(*) Alencar Moreira é psicólogo, psicoterapeuta e terapeuta sexual."
(Publicado no Jornal da Comunidade – Brasília, 19/10/2003)