Com o pouco que conheço da doutrina espírita, pois somente ouvi falar de Kardec em 1984,
concordo contigo que devemos procurar viver e desenvolver a personalidade que presentemente animamos.
Mas por vezes ocorrem aquelas sensações, conhecidas pela expressão francesa "deja vu", que nos fazem pensar em lembranças de vida passada.
De minha parte, algo diferente aconteceu, pois aos dezesseis anos comecei a ter acessos espontâneos aos registros de vidas passadas, conhecidos nos meios esotéricos como "registros akasicos", o que, de início, muito me perturbou.
Porém, com a busca de respostas para estas ocorrências, que não ficaram restritas somente ao espiritismo, mas também a teosofia, à parapsicologia e a outros ramos do pensamento filosófico.
Achei algumas respostas satisfatórias, me enchi de novas e perturbadoras dúvidas, até entender que se podia acessar estes registros, sem qualquer esforço, era porque assim deveria ser, para meu próprio crescimento espiritual.
Hoje não me preocupo mais em saber que as pessoas que vivem comigo já foram amigos ou inimigos, que eu as fiz sofrer ou que elas assim fizeram comigo.
Tenho lembranças de oito vidas num espaço de dois mil anos, mas já pude visualizar até minha origem extraterrestre, há muito, muito tempo.
Uso estes conhecimentos para produzir contos e poemas, quando realizo uma catarse de mim mesmo, como se passasse a limpo minha vida como ego, indivíduo, e não a personalidade passageira a que tanto nos apegamos e que, por vezes, nos força a penar no limbo do egoísmo, depois que perdemos o imperfeito veículo físico.
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Marco Antonio Cardoso |
