Porque os homens se matam, se a lei de Deus é clara, e diz: Não matarás?
Porque a história do homem é uma sucessão de bárbaros crimes, que vão deixando uma louca necessidade de vingança?
Porque as diferenças incomodam tanto que as pessoas deste pequenino planeta não conseguem suportar-se umas às outras, e precisam eliminar-se sempre que possível?
Vejo tais aberrações da alma humana se agigantarem, e muitas vezes julgo que um cataclismo de dimensões hecatômbicas seria o mais conveniente para por fim a esse estado de degeneração.
As pessoas se apegam a pequenas coisas, que julgam ser grandes o suficiente para justificar suas vidas tão pequenas em atitudes realmente engrandecedoras.
O ódio é como erva daninha, não precisa de muito cuidado para cultivar, e prolifera com grande facilidade, pois qualquer terreno é fértil o bastante para que cresça e dê frutos.
Mas os frutos do ódio são amargos, venenosos, e abundantes. Quem deles prova, invariavelmente é vitimado por este endurecedor de corações.
Cultivar o amor, por outro lado, é tarefa que exige cuidados sempre maiores, pois enquanto cresce, é constantemente atacado por aqueles que só conhecem o gosto amargo do ódio, e não desejam ver a humanidade, um dia, viver apenas do saboroso e suave fruto do amor: a fraternidade.
Sim amigos, a fraternidade não é caminho, mas resultado da cultura do amor, é o que permitirá a vida de uma sociedade que não poderá ser plena e feliz enquanto alguns de seus componentes estiverem presos ao sofrimento, às humilhantes e indignas condições de vida que o modus vivendi atual lhes reserva.
E fraternidade quer dizer que as pessoas viverão em paz, perdoando-se mutuamente seus erros, não permitindo que ódios ancestrais prevaleçam sobre o entendimento de que o amor é mais poderoso. O amor que exigem muitos cuidados no cultivo, se torna inquebrantável, indestrutível, ao alcançar seu pleno desenvolvimento.
Nós, aqui na Terra, pouco sabemos dessas coisas, pois que nossas civilizações se destruíram antes de alcançar este estado, se destruíram pelo ódio que continuaram a cultivar, se destruíram por nada, pois nada tem a ganhar aquele que odeia, mas somente perde, perde a si mesmo, perde aos que "ama", perde tudo que acreditava querer defender com o ódio que permitiu invadisse seu coração.
Porque então, amigos, nós continuamos a cultivar esta desgraça que arruinará nossas vidas?
Porque cultivar o ódio? Antes cultivemos o amor, que começa quando perdoamos àqueles que tanto nos ofenderam. E se estes também tiverem nos ofendido, ao ver nosso ato, de grande humildade e coragem, certamente também virão nos pedir perdão, pelos erros que reconhecerem ter cometido contra nós. Saibamos então perdoar com amor no coração, para por um fim a qualquer querela que ainda possa servir de alimento ao funesto ódio que, tenho certeza, todos queremos ver extinto da face da Terra.
Paz a todos os seres!
Marco Antonio Cardoso
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