Decerto os alemães e seus descendentes que vivem em outros paises, sentem-se incomodados com a nódoa maldita que os nazistas deixaram sobre a Alemanha e seu futuro.
Eu, um admirador deste país e deste povo, muito cedo comecei a estudar sua língua, sua arte, sua história e sua cultura.
Não nego que, na minha infância, alimentava grande admiração pelo nazismo e pela figura carismática de Adolf Hitler, chegando a ler, secretamente, Mein Kampf.
Porém, tudo isto passou. Zerfloss.
Com o tempo entendi que as premissas do nazismo não eram lógicas para os verdadeiros amantes da PAZ e da FRATERNIDADE.
Entendi que não pode haver desenvolvimento UNILATERAL, que a EXCLUSÃO, sob qualquer pretexto, é imoral, e que o racismo é uma vergonha, uma falha moral grave, que pode destruir o que resta de HUMANO nesta humanidade.
Meu caro Günther, o anti-semitismo não é coisa nova, é uma chaga que se mantém aberta há dois mil anos, alimentada por aqueles que, em nome de Jesus, manipularam os povos para manter a dominação e o poder.
Meu compositor favorito, Richard Wagner, também foi movido em grande parte de sua vida por este sentimento rancoroso e invejoso, semelhante à segregação racial nos Estados Unidos da América, ao aparthaid na África do Sul e todas as outras manifestações de discriminação que vitimam os grupos étnicos que não detém o poder no mundo.
Mesmo assim, eu perdôo Wagner, não pela sua arte, mas porque este é o dever de todo ser humano para com aqueles que erram: PERDOAR.
Porém, te digo que nunca poderemos esquecer os erros do passado, para não corrermos o risco de repeti-los. A Bósnia está ai para provar que isto não é somente um lugar comum. Podemos e devemos, sim, perdoar aqueles que erram, pois nossos erros também carecem de perdão.
Esquecer, negar, fingir que nada de MAL aconteceu, é mais que negligência, é mais que irresponsabilidade, é CUMPLICIDADE.
Enterremos estas mazelas, não numa cova coletiva, perdida nos campos da ignorância, mas num grande mausoléu, onde sempre será possível ler este epitáfio: NUNCA MAIS.