Jornalistas, escritores e intelectuais reuniram-se na manhã desta quarta no Solar dos Câmara, na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, para a cerimônia de adesão dos parlamentares da Casa ao Manifesto pela Liberdade dos Presos de Consciência de Cuba. O Manifesto já tem mil assinaturas e foi organizado pelo escritor e colunista deste site, Percival Puggina. O documento, endereçado ao ditador Fidel Castro, pede a liberação dos 76 dissidentes condenados recentemente a penas que chegam a 25 anos de detenção como é o caso do opositor Próspero Gaínza Agüero.
O poeta Raul Rivero e o jornalista Oscar Chepe, por exemplo, foram condenados a 20 anos cada. Em abril, além de mandar condenar seus opositores em julgamemtos que não chegaram a durar oito dias, Castro mandou fuzilar três cidadãos que tentaram fugir da Ilha seqüestrando um barco de passageiros.
Presente ao evento, o deputado Berfran Rosado (PPS) salientou que a Assembléia gaúcha tem o dever de estar à frente nas manifestações pela Liberdade e pela Democracia. “Nós aquí no Rio Grande tivemos, no governo de Olívio Dutra (PT), pitadas de autoritarismo. Não estamos livres, portanto, deste terrível vírus totalitário”, disse o deputado.
Para o filósofo Denis Rosenfield, Cuba é um símbolo para o Brasil que precisa ser desmitificado. “É muito importante alertar o país para o que verdadeiramente acontece em Cuba pois a propaganda em favor da ditadura Castro é muito grande. Leis valem para todos, não há como justificar o que ele faz”, afirmou Rosenfield.
Percival Puggina foi o primeiro a discursar durante a solenidade. Ele relatou recente viagem a Cuba e disse que conheceu pessoalmente muitos dos intelectuais que estão agora presos. “Quando fiquei sabendo que havia um grupo de intelectuais brasileiros apoiando os fuzilamentos e as condenações, achei que era a hora de fazer alguma coisa. Mesmo sofrendo o ataque de hackers, o manifesto, disponível na Internet, ganhou a adesão de mais de mil pessoas. Agora estamos obtendo o apoio dos deputados gaúchos”, disse Puggina.
O manifesto será levado nos próximos dias ao embaixador de Cuba no Brasil pelo presidente da Assembléia, Vilson Covatti (PP) através de audiência marcada pelo Itamaraty. Nesta tarde, no plenário da Assembléia, deputados irão manifestar o apoio ao documento.
