O hábito de comer e beber que deveria ser monitorado e controlado somente pelo olfato e pelo paladar, sofre grande influência da visão. A imagem observada pelos olhos, é associada com a identidade que a mente possui em memória para o sabor e o cheiro deste ou daquele alimento ou bebida. Desta forma quando mastigamos ou sentimos o cheiro de um alimento a percepção realizada pela mente daquele alimento é alterada pelo padrão que a mente possui em memória para aquele alimento.
Isto significa que todo e qualquer alimento ou bebida que ingerimos, em verdade apresenta olfato e paladar distorcido de acordo com a história guardada na memória de nossa mente daquele tipo de alimento ou bebida.
Assim, se simulássemos uma condição onde a alimentação ou a ingestão de bebida ocorresse de forma que a visão não alterasse o resultado percebido pela mente através do olfato e do paladar poderíamos desenvolver uma sensibilidade maior e mais acurada das variações de sabores e cheiros que a mente é capaz de captar, perceber e controlar.
Isto pode ser facilmente realizado se mantivermos um hábito de comer e beber de olhos fechados, sem que a mente saiba ou pré-saiba o sabor ou o cheiro deste ou daquele alimento.
Este tipo de prática pode facilmente se tornar um hábito durante as refeições, de forma que se sensibilize acentuadamente a percepção através do olfato e do paladar. Além disso, um bom gourmet sabe muito bem que não se deve, jamais, comer com os olhos.