Livro de reflexões filosóficas, observações sobre o cotidiano, acerca de acontecimentos, sobre os homens, enfim fragmentos e meditações de um homem solitário e livre. O marco desta obra e de outras que já li do Ascendino é o existencial filosófico. Livro editado este ano de 2003 pela editora idéia, de João Pessoa-Pb. Já em 2a. edição.
Neste livro há carta do intelectual Fábio Lucas, Raquel de Queiroz; Comentário de Carlos Drumond de Andrade; orelha do Afrânio Coutinho [da Academia Brasileira de Letras]. Refere-se Ascendino no decorrer de suas visões, a uma dezena de intelectuais brasileiros, de primeira plana, muitos dos quais conviveu, em brilhante trajetória de escritor e jornalista.
Ascendino Leite: mais de 90 anos de idade. Autor de uma vintena de livros. Escritor dos mais férteis da Paraíba, consagrado pela crítica nacional. Pertence a Academia Paraibana de Letras e Instituto Histórico e Geográfico Paraibano.
Neste livro há reflexões profundas de natureza diversa, pois diverso e complexo é o ser e o poeta. Assim ele me ofereceu este transcendental livro: À querida maria do socorro xavier: por nossas penas e fidalguias, nossa estima e competência, o abraço do Ascendino Leite.
Estou em dívida com o grande poeta e escritor, que sempre me convida ir a sua residência e ainda não fui. Sei que só lucraria com a sua filosófica intelectualidade. Dentro em breve arranjarei tempo para desfrutar de sua amizade e companhia. Agradeço a gentileza.
Ascendino Leite atuou durante muito tempo na imprensa do Rio de Janeiro. Publicou importante Jornal Literário, seus Euísmos...
Só para sentirmos o ouro de maior quilates deste escritor, estas assertivas a seguir:
“ Nasci livre, inclusive para escolher minha forma de morrer. Vivi verticalmente sempre, e pouco dormi. Para ter a sensação de viver mais...O saber me faz medo...
...Amar é balançar jardins...A saudade, já disse, é a paciência dos amorosos. A dor inventa surpresas. Ora, as surpresas são sempre férteis na criação de abismos...
...O sapato debaixo da cama. A camisa fora da gaveta. A ausência de uma palavra terna... A poesia é a retórica do sentimento, e a música, a lógica da alma...
...Começa a escurecer; só precisarei de papel e um pouco de tato para arrumar, no meu jeito de andar, a estreita vereda para a casa que aguarda a minha volta, exatamente a proteção e o mistério noturno...Vem aí a noite. Está chegando.E, num dia qualquer, cai de todo o puro existir, tocado de amor por mim, pelo que fui capaz de urdir acima de equívocos e paradoxos, meu eu, meu ser, meu padecer... O homem que em mim criei...”
Eis uma pequena amostragem das especulações de Ascendino Leite.
