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Artigos-->Por que o governo é o problema? -- 06/08/2003 - 10:53 ( Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ronald Reagan uma vez disse que o governo era como um bebê: tem um canal alimentar com apetite de um lado e sem nenhum senso de responsabilidade do outro lado. Essa visão é radicalmente diferente da que encontramos nos meios esquerdistas. O ethos reinante diz "Mas como podemos ser contra os programas dos governos? O governo existe para ajudar as pessoas."



Sim, mas quem são essas pessoas? E com o dinheiro de quem? E com o consentimento de quem? E quais são os resultados?



Uma coisa é o governo prover as necessidades básicas da vida para os realmente necessitados, um grupo que inclui os miseráveis, os doentes e os deficientes. Outra coisa é o governo tirar recursos de uma família e entregá-los para uma outra família. Isso é o que acontece quando, por exemplo, o governo gasta dinheiro em "incentivo à cultura". Todo mundo fica obrigado a subsidiar a recreação dos cidadãos que gostam de ir ao cinema ou ver exposições de pós-modernismo.



É claro que há muitas pessoas de classe média que apóiam tal programa. Como George Bernard Shaw dizia "um governo que rouba Pedro para dar a Paulo sempre pode contar com o apoio de Paulo." Tais programas corrompem a política transformando-a em um concurso para ver quem consegue ganhar alguma coisa às custas dos outros. Eles não promovem o bem comum ou o bem estar geral, em vez disso, promovem o bem estar de algumas pessoas prejudicando outras.



Para ver como isso é ruim, basta recordar a teoria básica da sociedade liberal como foi articulada pelos primeiros filósofos modernos como John Locke. Nessa visão, nós assumimos um contrato social e nos colocamos sob a jurisdição de um governo para que ele nos proteja dos criminosos locais e estrangeiros e para nos assegurar os direitos básicos, como o direito à liberdade e à propriedade. Por que alguém concordaria em entrar para uma sociedade que tem por rotina o confisco dos nossos recursos para entregar à outras pessoas sem o nosso consentimento?



Isso não é negar a importância do governo. O governo é necessário para a segurança nacional e para manter as ruas livres de criminosos. O governo é responsável pela construção de estradas e administração do espaço aéreo. Conservadores não deveriam se intimidar em defender as ações do governo em seu legítimo escopo.



Mas ao mesmo tempo, devemos reconhecer que tudo o que o governo faz, ele quase sempre o faz da pior maneira com resultados sofríveis. Isso não significa que os funcionários públicos sejam menos competentes do que os do setor privado. O problema é que, diferentemente do setor privado, não se exige do governo uma meta a cumprir. Não há critérios claros que determinam se uma interferência do governo está funcionando. Às vezes, o único critério que o governo cumpre é dar tarefas aos seus funcionários.



Conservadores sabem que o governo continua a fazer coisas desnecessárias, ou que poderia ser melhor executadas pelo setor privado. Isso é algo que até alguns esquerdistas já sabem, mas eles só cedem à muito contragosto à essa conclusão óbvia. O motivo dessa relutância e obstinação é que o infeliz do esquerdista descobre de maneira dolorosa que suas teorias fundamentais estão erradas. Enquanto no setor privado, as empresas devem convencer seus clientes a comprar oferecendo produtos desejados, isso não é assim com o governo.



Por exemplo, o governo tem a seguridade social cujo propósito inicial é ajudar as pessoas a pouparem dinheiro para sua aposentadoria. Mas e se alguém disser "Muito obrigado mas eu não quero participar desse programa e não vou pagar INSS e não vou reinvindicar nenhuma aposentadoria"? Essa pessoa poderia ficar idosa e se sustentar com suas próprias economias ou contar com o apoio de parentes ou da caridade pública ou sofrer a conseqüência de sua decisão. Como o governo responderia à essa escolha?



O governo, é claro, responderia mandando matar essa pessoa. Para ver como isso é plausível, basta explorar a hipótese mais aprofundadamente. Se alguém se recusar a pagar INSS, o governo manda uma notificação e impõe multas. Se essa pessoa ignorar as notificações e não pagar as multas, os agentes virão confiscar sua propriedade. Se essa pessoa decidir se defender e defender o que é dela, a polícia vai acabar matando-a.



O objetivo dessa estória é demonstrar que o que distingue o governo do setor privado é o poder de coerção. Em alguns casos, o burocrata mais insignificante - o funcionário do Detran ou da Receita Federal ou da Alfândega - tem mais poder sobre você do que o presidente da General Motors ou da Microsoft. E esse poder de coerção, que é inerente ao governo, derruba a alegação dos esquerdistas de que o governo estaria fazendo uma coisa moralmente válida.



Outro exemplo: você caminha pela rua comendo um sanduíche e uma outra pessoa com fome se aproxima querendo um pedaço do seu sanduíche. Se você der o sanduíche, você fez uma boa ação e pode se sentir bem a respeito do que fez. A pessoa que recebe o sanduíche fica em gratidão e mesmo que não possa retribuir o gesto, ela possivelmente vai tentar ajudar alguém se ele tiver uma oportunidade. Essa é uma transação que beneficia tanto o doador como o receptor.



Mas vejamos o que acontece quando o governo interfere. O governo toma o seu sanduíche à força. Consequentemente, você se torna um doador relutante. O governo então concede o sanduíche à outra pessoa. E em vez de demonstrar gratidão, essa outra pessoa então se sente à vontade para exigir. Em outras palavras, o envolvimento do estado tirou todo o valor moral da transação embora o resultado tenha sido o mesmo.



Vejamos outro exemplo no mesmo cenário. Em vez de dar o sanduíche, você se recusa a atender o pedido. Então vem um outro que saca uma arma, aponta-a para a sua cabeça e o obriga a dar o sanduíche à ele, que então o dá para a outra pessoa que pediu.



Qual é a qualidade moral da ação da pessoa que apontou a arma? A maioria considera que se trata de uma pessoa violenta sem escrúpulos que deve ser presa e punida. Mas quando o governo faz a mesma coisa - confiscando à força para entregar para outros - o esquerdista insiste que o governo está atuando de uma maneira justa e moral, o que evidentemente não é verdadeiro.



Finalmente, eu desafio a crença esquerdista de que o setor privado seria motivado por ganância enquanto que o governo seria motivado por idealismo nobre. Essa é uma crença que só pode ser explicada por ignorância e ingenuidade. Por que as pessoas mudariam sua natureza só pode saírem do setor privado para trabalhar no governo? Em todos os casos em que um problema existe, a solução proposta por pessoas trabalhando no governo fatalmente envolve um benefício colateral para elas mesmas.



A "solução" proposta pelos políticos para os problemas das drogas, da fome, da educação sempre são mais verbas para os burocratas. Eles não são menos motivados por interesse próprio do que quem está no setor privado. A única diferença é que seu interesse próprio se expressa em uma moeda diferente. Fundamentalmente, os políticos e altos funcionários do governo estão mais atrás de poder do que de dinheiro.



O governo é muito grande e o estado de bem estar social já perdeu muito de sua legitimidade. O governo deve ter seu tamanho limitado e deve se concentrar no básico. Quando o governo excede suas funções apropriadas e ocupa uma esfera maior, ele invade o domínio dos cidadãos e os depriva da liberdade e da responsabilidade.



- Baseado em texto de Dinesh D Souza



(mídia independente)

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