993300>O São João, neste exacto momento em que escrevo, está a mijar em bica, quiçá a aliviar-se da cascata de todos os eflúvicos líquidos que lhe fizeram inchar a bexiga ao extremo. Orvalha e murrinha ao mesmo tempo um xixi benigno enquanto a cidade se silencia em aprazível bem-estar.



A noitada foi de arromba e os corações do burgo tripeiro palpitaram até às portas do assombro limite. Quem medo teve de atirar o corpo ao compasso das solicitas e santas atracções decerto que se confrange sob cogitações de arrependimento. Do bem feito ao mal feito, feitas as contas, só perderam os que ao folguedo não se entregaram de braços abertos.



Comi, bebi, pulei, saltei, dancei, lancei ditoches que pegaram e não pegaram. Tentei, tentei sem cessar impor-me à festa como há trinta anos atrás. Tive sorte, em princípio, muita sorte. Considerei que o trevo de quatro folhas me entrara no cantinho dos sentimentos sem que ao padroeiro nada tivesse pedido.



Tudo bem, tudo muitíssimo bem até ao momento fulcral do fim onde se abria perspectiva de um delicioso início. E abriu-se fácil, demasiadamente fácil, tão fácil que até me pareceu que não era verdade...



A Eva (e esta?!) é divorciada e tem quatro filhos adultos, três marsapos e uma buceta, todos mais ou menos arrumados na vida e já lhe deram cinco netos. Segundo ela, não a deixam gozar a vida à vontade. As essencialidades que lhe facilitam não lhe favorecem a essência que deveras almeja.



Mostrou-me o bilhete de identidade: é de facto divorciada e tem 46 anos de idade. Bem... Tem uma deliciosa e bem tratada celulite logo abaixo dos seios, nas ancas e nas coxas. É fofinha, meiga... E é difícil calcular com quantos professores já terá estado na cama. Ela disse-me que só conheceu o ex-marido e mais nenhum! Estava cheia de fominha e sedinha... Senti que já não se saciava há uns tempinhos...