Segundo Dawkins expõe em seu livro "O Gene Egoísta": "Sustentarei que uma qualidade predominante a ser esperada em um gene bem sucedido é o egoísmo implacável. Este egoísmo do gene geralmente originará egoísmo no comportamento individual. No entanto, como veremos, existem circunstâncias "especiais" nas quais um gene pode atingir melhor seus próprios objetivos egoístas cultivando uma orma "limitada" de altruísmo ao nível dos animais individuais. "Especiais" e "limitada" são palavras importantes na ultima sentença. Por mais que desejemos acreditar diferentemente, o amor e o
bem-estar universais da espécie como um todo são conceitos que simplesmente não tem sentido na evolução."
Esta situação é exatamente o que verifica na observação do comportamento das espécies animais, na natureza. A Etologia é uma ciência relativamente nova, que tenta desvendar os segredos da vida humana através da análise através de pesquisas do que se passa na vida dos animais em geral. Mas as conclusões a que chegam estes estudiosos nem sempre são aceitas, pois muitos contestam com o argumento de que "não somos animais e não podemos ser comparados com
eles".
Quem se dá ao trabalho de assistir os programas da TV a cabo, que abordam a vida animal na natureza, tais como Discovery, Animal Planet ou Geographic Channel, pode constatar que o comportamento destes animais é dirigido sempre
no sentido da preservação da espécie e da sua evolução. Os mais fortes agem sempre de forma egoísta, mas protegendo a prole para garantir a preservação de seus genes, e o cruzamento é feito preferencialmente entre os mais fortes e mais saudáveis. Esta situação chega ao extremo de os machos freqüentemente matarem as crias de outros machos, para garantirem a preservação de seus
genes.
Isto permitiu a evolução das espécies, ao longo dos séculos. Por este princípio, os espécimes doentes, fracos e incapazes não procriavam e,
consequentemente, não transmitiam os seus desvios ou mutações, exceto se estas mutações lhes fossem favoráveis à sobrevivência e à preservação da
espécie.
A religião introduziu um novo sentido, em favor do altruísmo, da caridade e da ajuda aos menos dotados pela natureza. Mas este sentimento se tornou exagerado ao ponto de permitir que houvesse uma inversão dos princípios básicos da evolução. E hoje, principalmente nos países subdesenvolvidos, há uma taxa elevadíssima de reprodução justamente entre os incapazes, doentes e menos dotados, que são mantidos pela caridade e se reproduzem sem nenhum controle. E isto se verifica em especial entre doentes mentais. Paracambi está ai como exemplo. É uma cidadezinha fluminense, onde o hospício foi aberto e os pacientes passaram a gozar de sua "cidadania", sem quaisquer restrições, alimentados pelo Estado, com taxas de natalidade elevadíssimas,
decorrente da irresponsabilidade inerente ao seu estado mental.
Poderão achar que esta é uma visão preconceituosa e oposta ao que é defendido pelo "politicamente correto", segundo o que todos são iguais e
dependem de oportunidades.
Esta visão é defendida com tanto extremismo por alguns que o prof. Sérgio Danilo Pena, da Universidade Federal de Minas Gerais e eleito titular da Academia Brasileira de Ciências, (talvez mais por seus dotes políticos), em
longa entrevista, contesta a influência de fatores genéticos. Declara que "só somos diferentes por falta de oportunidades". Acrescenta que "Os genes não podem conter informações sobre o destino das pessoas, a não ser em casos extremos, como da síndrome de Down... Neste caso esta pessoa nunca será um
Einstein." Sugere portanto que, exceto em casos de anormalidades, todos somos gênios em potencial, dependentes apenas dos fatores educacionais e das oportunidades. O que considero um tremendo disparate. Disparate que este energúmeno deve difundir entre seus alunos.
Não adianta se colocar recursos em quem não está habilitado a aproveitá-los, porque será desperdiçado. Um exemplo desta observação podemos encontrar nas pessoas que são premiadas nos concursos milionários da SENA. Segundo
reportagens, a quase totalidade delas, após poucos anos, está novamente em dificuldades financeiras.
É necessário, a meu ver, se adotar uma situação de equilíbrio, em que a sensatez e o bom senso prevaleça, pois do contrário estaremos invertendo o processo de evolução entre os seres humanos. E um exemplo flagrante disto está na enorme explosão de doenças, antes raras, que em alguns casos, chegam a dominar certas localidades, como citei em meu artigo "A genética na saúde".”
(*) Pedro Paulo Rocha é colunista de Mídia Sem Máscara (www.midiasemmascara.org).