Que é Rock, do Chacon: o que mais me chamou a atenção neste livro do Chacon foi que ele parecia, em várias passagens, ter de se contrapor à intelectualidade "teimosa e nacionalista" da qual o próprio editor Caio Prado Júnior era um notável representante. A justificativa era voltada para o patrão, portanto...
Logo no início, justifica que o leitor renitente não pode proibir os filhos de escutar rock dizendo que "essa música não vai doutrinar o meu filho". Negar o papel de Janis e Jimi seria como negar o papel de Trotsky na revolução russa, como faziam os stalinistas. E por fim afirma que quem não entender o rock, não entende a batalha da Maria Antônia (!) entre outros fatos dos anos 60. A introdução de Chacon ao assunto foi proveitosa, e um achado foi a comparação das vaias recebidas por Caetano com as de Bob Dylan no começo da carreira, em Newport.
Mais que o cinema novo, Chacon ressaltou a importância de escutar o Sergeant Pepper s. Suas opções são claramente anti-nacional e popular: ele opta por rockeiro ao invés de roqueiro. Traduzir "rocker" por "roqueiro" teria sido teimosia nacionalista? Caetano, no viés do roqueiro, foi consagrado. Apesar disso, a dissociação entre MPB e rock prossegue, inclusive entre os ouvintes.
PS: Os lunáticos estão voltando, hein? Já voltaram Bonaparte, Denison, Osaka, Pafúncio Tenório Tobby Urlândio...Só é penoso aguentar El Cuervo pedindo paz.