Em seguimento do artigo de Renato Junqueira, aproveito o ensejo para colocar uma gotinha de água natural na questão, já que a pia da benta, em depósito aberto e imóvel, nem para fazer chã se aconselha.
Não acredito que Deus exista, é decidida e decisivamente a minha convicção. Esta posição não religiosa, como tantos intempestivos cristãozecos de imediato traduzem, não quer dizer que seja contra Deus ou contra aqueles que em fé sincera o adoptam.
Coloco até esta hipótese: Se Deus existir segundo os termos da lei religiosa e benefício divino propalado, não determinará para mim castigo algum, e se aí entedesse chegar, em face das venialidades espontâneas que naturalmente cometo, bem... Ai da legião que teria de anteceder-me!
De resto, consabe-se que não é prudente mexer no assunto, tanto como se sabe qual é infelizmente o grau cultural daqueles que chegam a ponto de martirizarem-se para obter efeitos de domínio milagraso. A sua interpretação é quase nula e submetem-se apenas ao peso da tradicional religiodade sob a qual foram nados, criados e desenvolvidos.
Enfim, os que por circunstância de foro social cumprem e acompanham publicamente o exercício dos actos religiosos, fazem muitíssimo bem, não vá o "diabo" dar-lhes cabo da vidinha.
Aqui, todos os dias ao meu redor e no convívio de café, a expressão corrente é: "Ei... Alto lá... Não discuto religião, política e futebol!". Outrossim e, em consequência, diz-se alto e em bom som que "voz do povo é voz de Deus!"...
Ora se o povo é voz de Deus!... Deus deve ser um pouquinho malandreco...
E então os que são de Deus fiquem com Deus e não façam por favor asneiras para o defender. Tão poderoso que Ele é... Não precisa.
Torre da Guia
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