Depois de anos, (hoje, sabe-se ter sido assim, propositadamente) de servilismo, silêncio e incompetência, a coisa torna-se insustentável. O clima criado é o de desespero, medo, dúvida mas, o pior sentimento, aquele que vem sendo incutido e gerado pela mídia, corrompida pelos favores, é o de culpa.
Grande, talvez a maior parcela da população, está se sentindo culpada: a vilã de toda esta situação. Um consumidor inconseqüente e irresponsável, apesar de sempre pagar pelo uso da energia elétrica. Pagamento direto e impostos indiretos que deveriam estar sendo empregados na manutenção e na atualização do sistema gerador de energia mas, que foram desviados pela incompetência administrativa e pela subserviência incontestável ao F.M.I. Afinal, não é tão difícil fazer uma previsão de crescimento de consumo, mesmo com o arrefecimento do crescimento industrial, provocado pelos “incompetentes de plantão”, quando abriram as porteiras para a entrada, subsidiada, de toda a sorte de produtos de baixa qualidade, provindos do oriente. De qualquer forma, o aumento de consumo é um fato real e previsível, mesmo para os “idiotas”; afinal, os meios de comunicação de massa conseguem fazer sentir ao povo, a necessidade do consumo de bens, ditos indispensáveis. Essa majoração na compra de aparelhos eletro-eletrônicos, por si só, mostraria que eles precisam de energia elétrica para o seu funcionamento, gerando assim, maior demanda. Sem esquecermos, principalmente, que com a ausência de um programa sério, de controle de natalidade, mantemos um altíssimo índice de crescimento demográfico; indispensável para a manutenção do vasto parque de mão de obra barata, da qual se locupletam as empresas, principalmente as multinacionais.
Concluamos o assunto, pois afinal, está tudo muito claro a qualquer um: há, por parte de quase a totalidade dos integrantes deste dês-governo (Não me parece que tenha havido erro de ortografia! Afinal, estes que aí estão, por nossa culpa, claro, criaram uma situação de dar, com benevolência, todo o nosso patrimônio natural ao capital especulativo internacional. E, ainda nos mantém, nessa situação de falta de governabilidade) uma ausência crescente de respeito ao cidadão e ao Estado, que é o resultado da falta de amor próprio e de competência.
Insuportável, entretanto, é ainda vermos e ouvirmos as críticas àqueles que lutam pelo que julgam ser seu direito; contestável, sempre! Especialmente porque, a Carta Magna, da qual o atual Presidente é um dos signatários, nada mais tem sido que, enfeite em prateleiras de estantes ou mesas de bibliotecas, escritórios, gabinetes e tribunais. As críticas são feitas, com ares de deboche e com as caras de pidões, que têm os “responsáveis” pelos setores de energia.
Com a maior sem cerimônia, com total ausência de brio, vêm dizer que este novo “embrulho” não provocou a indignação da sociedade. Pode até ser, que ele tenha razão. É tanta, a falta de caráter, de moral e de respeito, no topo da administração pública, que é provável que nós, povo, tenhamos perdido a nossa capacidade de indignarmo-nos.
Diz, um dos “incompetentes de plantão”: Não há alternativa melhor, que o programa de racionamento criado pelo governo!
Existe, em realidade, uma ausência total de vergonha na cara!
Não fosse essa, a maior realidade, o mínimo que poderiam fazer; para o bem da nação, seria um pedido de demissão coletiva. Afinal, administrar desta maneira, até o dono do botequim da esquina o faz e, provavelmente, com mais competência.