Eu sei que fui, semelhante, mas, o que poderia eu fazer?
Impossível não mentir. Além de tudo, eu tinha uma justificativa.
Válida?
Creio eu que, sim!
Será que todas as mentiras, cada vez mais descaradas, que ouvimos têm justificativa?
Ninguém mais merece crédito por suas informações oficiais?
Creio que não!
Afinal, o meu amigo Raimundo já vai completar, daqui a uns vinte dias, noventa anos. Não seria justo que, nas poucas vezes (duas) em que nos vemos, durante a semana, eu continuasse a suprir a sua necessidade de informações, com as “verdades” imundas que cobrem este país de lama e vergonha. Vergonha que falta aos mentirosos que vêm, de cara limpa, nos engabelar com falácias e falsas verdades, fabricadas sob encomenda.
Não quero dizer com isso que meu amigo, depois de viver tanto tempo, tendo a mente esclarecida e lúcida que tem, pudesse ficar iludido, como fica a maioria “inteligente”, que dá ouvidos a esses bonecos de madeira, esses “caras-de-pau”, com nariz crescente.
O meu amigo percebe, de longe, a realidade escondida nas sombras dessas “verdades”, se entristece e, talvez, até se envergonhe de ser concidadão desses apátridas.
Foi por essa razão, que eu menti e disse não haver nenhuma novidade nos meandros escuros e escusos da política nacional.
Pareceu-me que ele não acreditou.
Será que eu não tenho a aptidão básica e elementar para o exercício da atividade política?