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Artigos-->Bush e o dólar furado, de André Resende -- 11/03/2003 - 14:02 (Geraldo Lyra) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Desde que assumiu a presidência dos Estados Unidos George W. Bush declarou guerra ao Mundo. Se a idéia de expandir o Império com a guerra não é algo novo, se a idéia de aquecer a economia interna com a produção de armamentos e toda uma indústia de guerra, e agora cada vez mais cara e sofisticada, não é algo novo, tenho certeza que George W. Bush sabe. Se os árabes se antecipam a ele explodindo o World Trade Center de Nova Iorque, eu não sei.

O fato é que o Império Americano continua forte, mas dá sinais de senilidade.Não por si: pelo deswenvolvimento dos outros. O número de patentes dos outros países cresce. Os europeus preferem fazer negócios em euro. Os árabes se reunem para tornar a moeda americana sem valor nas negociações do Oriente Médio, o que significa também nas negociações com petróleo. Sem o dólar forte. o Império Americano não terá a expansão que teve durante todo o Século XX. Analistas e estrategistas americanos sabem disso.

A força da moeda americana significa força para a sociedade americana. Ao ver que os europeus e árabes querem tirar o dólar de circulação internacional, resta aos americanos construírem algo que valha um conflito de interesses, à maneira da arte da guerra: tirando o foco da atenção pública e comprometendo as pessoas com interesses irreais. Quando alguém, lá no interior mais distante do Mundo, troca a moeda do seu país, por dólar e guarda debaixo do colchão por um tempo e, depois, usa-o como algo raro e valioso, está contribuindo para manter o Império Americano forte, porque tem algo que as pessoas usam como troca especial, valorizada.

George W. Bush sabe que a sociedade americana, como nos mostra de forma crítica o escritor americano Thomas Pynchon em seus livros, é exibicionista, litigiosa e belicista. Se fosse dizer que a sua guerra é por manter o dólar mais forte que qualquer outra coisa que significa troca comercial, poderia talvez não chamar para si tanta atenção e ter ao seu lado potências, como a Inglaterra. Se a questão fosse outra, e se a Europa unificada não estivesse interessada em tornar o euro a coisa mais valiosa para troca dentro do continente europeu, é provável que aliados comerciais como Alemanha e França estivessem declarando guerra ao Oriente Médio. Se a Inglaterra de Tony Blair está, provavelmente, é porque depende do dólar para continuar forte e espera que, retomado o período de expansão, os britânicos sejam olhados com bons olhos para receber negócios e linhas de créito.

Essa guerra é só dos americanos contra o Mundo que não quer, aos poucos, ter o dólar como intermediação comercial. Por que isso aconteceu? Por causa da globalização. Nenhuma ação política poderia demover a expansão e os privilégios das empresas americanas. Tampouco caberia retaliação econômica ou ataques de nacionalismo fora de época. Apenas uma ação poderia funcionar: tirar o dólar da jogada. Talvez os americanos nem percebessem isso, até que o atentado terrorista ao prédio do WTC mostrou que, derrubando o poder econômico, como qualquer nação do Mundo, os Estados Unidos estariam vulneráveis. É claro que essa ação apenas começou e pode levar décadas, mas começou. Os assustados podem dizer que é perigoso pensar assim, porque o caos pode levar à falência conglomerados que empregam milhões de pessoas em todo o Mundo e que o Mundo precisa de uma moeda de intercâmbio e de troca com estabilidade e credibilidade entre as nações. Tudo isso é verdade, por isso George W. Bush questiona a validade da ONU. Porque parece existir uma unidade entre as nações e a desconfiança dos americanos é que seja contra o dólar.

(Diário de Pernambuco, 11.03.2002. pág. A3)

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