Leio os colunistas da Folha. Há um "Rabbit" lá também, quem sabe parente do "Paul Rabbit" que fez furor aqui no Usina e até saiu num zine de Jônatas.
________________________________________________
Há gente neste "sáite" que me faz lembrar a frase de Juca Chaves: "a cabeça de cima é a democracia, mas de baixo a ditadura". Contra o comunismo, democracia (segundo Glauber, palavra muitas vezes sinônimo de "capitalismo moderno"); contra a trapaça, o logro barthesiano da literatura, a polícia da gramática!
_________________________________________________
Leio a FSP. Nela, um flanêur de supermercado divaga sobre o socialismo enquanto escolhe um shampoo para as poucas madeixas; num aeroporto, encontra tempo para discutir o sexo dos anjos. Outro sofisma e dá chilique: quer dar umas chibatadas no mundo islâmico. Outro psicanalhisa o 11 de setembro e chega à conclusão de que os EUA são atraentes até a loucura: "yankee, go home with me!" Os palestinos, pondera o psicanalha, explodem para saciar o próprio narcisismo. Querem ser coadjuvantes da sociedade de espetáculo. Um quarto lança um filme, que é acarinhado na Folha pelos colegas de redação, assim como as peças tutancanônicas do filho do dono. Numa das cenas do filme, um bandido acabou de matar a mãe da garota, que, ao ser estuprada, gargalha. Depois o dublê de jornalista/cineasta vem à boca de cena fazer sermão sobre a falta de dinheiro do cinema brasileiro, a preferência dos patrocinadores por filmes com histórias da carochinha, etc, etc.
Uma bolsa para tirar crianças do tráfico é apresentada como "bolsa-tráfico", como se a bolsa fosse para alguém traficar.