Indico a todos o sáite da editora Papagaio, que reeditou PanAmamérica: http://www.editorapapagaio.com.br
Lá eu li uma apresentação de Agrippino, este dramaturgo, poeta, cineasta, escritor nascido em 1937 em São Paulo, e formado em Arquitetura no Rio de Janeiro. Não sei porque ele não se formou na FAU-SP, famosa por ter sido palco do episódio em que Décio Pignatari, vaiado, vaiou a vaia. Isso ocorreu num embate entre a esquerda (muito forte na FAU) e a tropicália em 1968. O poema do meu pai, (Vaiar a Vaia, acessível entre os demais textos desse autor), se refere indiretamente àquilo.
A Editora Papagaio disponibilizou um trecho de PanAmérica falando de Ella Fitzgerald, e também trechos dos prefácios do físico Mário Schemberg e de Caetano Veloso.
Uma questão que Caetano levanta é interessante: até certo ponto, PanAmérica representa uma ruptura com a cultura popular brasileira, para tentar dialogar, sem mediações, diretamente com o cenário internacional. Neste sentido, o livro seria mesmo "muito paulista" como disse ao autor o artista gráfico Rogério Duarte.
Já o Schemberg levanta a questão dos mitos. Até numa nota explicativa, Agrippino falou que os personagens de seu livro (Marilyn Monroe, Carlo Ponti, Marlon Brando, Che Guevara)estariam ali ressignificados, agindo num filme em que o narrador é mero espectador, atuando num Olimpo da indústria cultural (filme bíblico à la Cecil B. de Mille).