Alguns pensam que ter amizades pela Internet não pode afetar ou destruir um matrimônio, um noivado, um namoro, uma família. Será que essa realidade é tão inofensiva? Há alguns anos, nos princípios da Internet em nosso país, um amigo de faculdade, com o qual eu me deparava constantemente, comentou-me que havia começado a utilizar a Internet e que havia descoberto muitas coisas, dentre as quais a entrar em alguns fóruns e, principalmente, em chats. Dissera-me também que começou a relacionar-se com outras mulheres, sendo que algumas se tornaram bastante íntimas, porém inofensivas. Recordo que naquela ocasião fiz uma pergunta a ele. “Você gosta de sua namorada?”, “-Claro que sim.”, ele respondeu. Pois neste caso deixe de se comunicar em chats, lhe recomendei. Ah Ernandes! Isso não tem problema algum. É só um “papinho”, nada mais a sério.
Assim, segui perguntando: “O que você acha se sua namorada começar a flertar com o vizinho através da janela da casa dela?”. “Não quero nem pensar nisso”, respondeu. Continuamos conversando: “O que aconteceria se tuas conversas cibernéticas ocorressem pessoalmente com a sua colega de escritório?” (naquele tempo trabalhava em uma entidade bancária da própria faculdade, em um pequeno escritório, no qual trabalhavam só os dois). “Não é o mesmo”, respondeu. Recomendei-lhe que se realmente amava sua namorada e não queria que sua família fosse exposta à destruição, o mais prudente seria que deixasse o chat.
Depois de um tempo, alguns meses, voltamos a falar sobre este assunto. “E aí, você está conectado à Internet?” “Há mais de dois meses não me conecto para este fim e também não vou conectar-se para isso nunca mais. Você tinha razão, tive que parar, pois uma mulher pediu-me o meu telefone, telefonando-me em casa e no escritório. Quase perdi minha namorada, meu emprego. Graças a você por ter me alertado, e mesmo eu não te levando a sério, serviu para eu percebesse a besteira que estava fazendo e rompesse a tempo. Além disso, eu conheço outros amigos que não romperam a tempo e acabaram com seu noivado, com seu casamento, com seu namoro...”.
Isto faz alguns anos. Naquela época tratava-se de um caso isolado, porém hoje em dia é uma moda extendida amplamente. Não faz muito tempo, pude ler a seguinte manchete: “A infidelidade pela Internet se converte em um novo motivo de separação”. Trata-se de casos reais, como o de meu amigo, pessoas que começam a envolver-se de maneira íntima com suas amizades on-line. Em alguns países essa prática tem se convertido na principal causa de divórcio.
As estatísticas indicam que são muitas as pessoas que se conectam diariamente a fóruns, chats, e comunidades on-line. Essas pessoas em muito pouco tempo conseguem enormes listas de amigos, com os quais quase diariamente escrevem mensagens via e-mail e, em alguns casos, chegam inclusive a se comunicarem pelo telefone. O processo é muito rápido, em menos de três meses qualquer um pode conseguir vários amigos com os quais, por fim, trocará e-mails diariamente. O problema surge quando esta pessoa começa a envolver-se com um de seus amigos on-line. “Eu ficava até mais tarde no trabalho para conversar com ele. Ele dizia-me coisas maravilhosas. Depois me telefonava e era incrível como ele me fazia sentir”, esta é a explicação de uma jovem executiva que atualmente, após separar-se de seu marido, vive com seu amigo on-line. O perfil dessas pessoas não é em nada homogêneo, pois entre os aficionados nas conversas on-line, a faixa-etária mais freqüente é entre os vinte e cinco e os quarenta e cinco anos, no entanto, há muitos casos de idades mais avançadas, em relação às profissões é mais comum encontrar-se pessoas de boa posição ou com certo nível cultural - tampouco é o fator limitante: a praga parece que está se estendendo a todos os setores.
Os diferentes estudos realizados por instituições sociológicas - manifestam que o fato do anonimato inicial traz consigo uma grande dose de segurança. A relação se inicia em total anonimato, já que o caso amoroso cibernético, ao contrário do adultério físico, passa totalmente inadvertido. Outro dos elementos que são expostos nos estudos realizados é a clara relação entre as relações românticas ou sexuais on-line e o divórcio.
Como no caso de meu amigo, muitos têm o perigo em casa, mesmo que em certos casos o problema não seja a Internet, mas sim a falta de desejo ou a timidez. É lógico que certas atitudes que algumas pessoas jamais cometeriam à luz do dia podem ser levadas a cabo facilmente - se estiverem escondidas no anonimato. Penso que tais atitudes não são, por isso, mais sinceras e que sua reiteração, inicialmente inocente, ajuda a perder o medo e a chegar tão longe onde alguém jamais quis fazê-lo. Fica aqui o alerta a todos os leitores. Em vez de conversar em chats, porque não conversar com seus pais, com sua família? Há quanto tempo você não faz isso? E por que não também conversar com Deus? Você já fez isto hoje ao se levantar ou ontem à noite? Provavelmente não, pois você estava conectado a Internet, no chat! Rever os conceitos, os valores reais, esta tem que ser a meta, pois cada vez o ser humano vai se isolando do mundo em função da Internet e o mundo vai cada vez mais ficando frio, sem sentimento, sem os preceitos cristãos. Acordem, pois ainda há tempo para recomeçar.
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