Hahnemann, o fundador e sistematizador da Homeopatia como Ci~encia, logo após ter abandonado a prática da Medicina,por não concordar com a forma de exercício na época por achá-la irracional,colocou toda sua energia e prodigiosa inteligência na busca de um novo método de cura das enfermidades.
Conhecedor de vários idiomas,Hahnemann teve o privilégio de ter à sua disposição uma das maiores bibliotecas de seu tempo, quando foi convidado por um duque para passar uma temporada na cidade de Coethen,onde entrou em contato com os maiores clássicos das mais diversas áreas do conhecimento, de onde tirou os subsídios para a obra considerada o pilar mestre da Homeopatia,o Organom da Arte de Curar, onde estão contidas as bases teóricas e práticas da ciência homeopática.
A Lei dos Semelhantes,um dos fundamentos principais da Homeopatia já havia sido enunciada por Hipócrates,o Pai da Medicina, cinco séculos antes de Cristo.Hahnemann resgatou este princípio do semelhante ser curado pelo semelhante de forma prática e inequívoca, partindo da experimentação em indivíduos sãos,ou seja, os sintomas ou doenças provocados por uma substância numa pessoa saudável,podem ser curados no indivíduo enfermo pela mesma substãncia preparada homeopaticamente,podendo ser estas pertencentes aos reinos mineral, vegetal ou animal,sendo este outro dos princípios básicos da Homeopatia.
Platão,da mesma maneira que Hahnamann, numa de suas obras, o Timeu, faz nítida alusão a alguns dos princípios que figuram no Organon da Arte de Curar, os quais citaremos a seguir:"Com efeito,a composição das doenças se assemelha,num certo sentido,à natureza do vivo".Aqui vemos expressa a Lei dos Semelhantes.Continuando:"se pela ação das drogas pomos fim à doença antes do término fixado,de doenças leves nascem então, doenças mais graves, e de doenças em pequeno número, doenças mais numerosas".Neste pequeno fragmento estão contidos os conceitos de supressão e metástase mórbida,ou seja, o fato de tratarmos os sintomas locais como a doença,quando na verdade não correspondem à totalidade do doente,vindo com isto a aprofundar a moléstia, podendo torá-la incurável.Por último,mas não menos importante está aí embutida a noção de enfermidade crõnica que Hahnemann considerou como a doença fundamental da humanidade, comparando-a com uma Hidra de sete cabeças,o monstro mitológico que ao cortarmos uma cabeça,surgem duas em seu lugar.
Tudo isto serve para demonstrar que esses princípios ou leis universais encontram-se disponíveis na Natureza para as mentes perscrutadoras dos grandes luminares de todas as épocas,mostrando de um lado,que não há nada de novo sob o sol,e concomitantemente que tudo é novo,pois mesmo quando os conceitos são reconhecidos ou assimilados como semelhantes ou mesmo iguais em conteúdo,essa aparente re-petição trata-se de uma repetição com diferença,quando as verdades são reescritas sob diferentes formas,sem que haja uma perda de seu conteúdo essencial.
Assim são as belezas e perenidade da Vida,quando se traduzem em Ciência e Conhecimento humano.
