Em Cuba, não foi apenas o furacão Lili que causou mortes. (Aqui, o "furacão Lula" ainda não disse a que veio, pois o plano de governo de Lula-laite é exatamente igual ao de FHC. Ainda bem!). Lá, em Cuba, o suicídio continua bastante comum, o mesmo ocorrendo na China. O que teria acontecido no paraíso sonhado e alardeado por Frei Betto, um dos amigos mais íntimos de Lula-laite? Leia o artigo de Heitor de Paola, abaixo, que trata da tragédia chinesa. (F. Maier)
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"SUICÍDIOS NO PARAÍSO
Heitor De Paola
www.offmidia.com
12/12/2002
Há muito se sabia que os regimes de economia de comando eram os que tinham maiores índices de suicídio. Era notória a social-democracia sueca, exemplo maior de welfare state com democracia. Era o orgulho dos defensores da estatização e altíssimos impostos, que alegavam não serem comunistas. Era a prova de que “outro mundo, mais justo, é possível”. A nódoa estava nas estatísticas mundiais de suicídio e, de quebra, as de alcoolismo. Quem conhece os países escandinavos sabe que após as 18 horas não resta ninguém sóbrio.
Nos países comunistas estes índices eram segredo de Estado. Pois não são mais. Surpreendentemente, as autoridades do maior paraíso terrestre, a República Popular da China, divulgaram estes números e VEJA os publicou na última edição (“Recorde Macabro”, ed. 1781, 11/12/2002). Os números são estarrecedores. Apesar de possuírem 1/5 da população mundial, 55% dos suicídios de mulheres ocorrem lá. A média é de 300.000 por ano e 2 milhões de tentativas. É a maior causa de morte de mulheres na faixa dos 15 aos 34 anos. Enquanto no inferno dos “excluídos”, o Brasil, a taxa é de 4/100.000 habitantes, no Paraíso dos incluídos é de 27/100.000, quase sete vezes maior! Estas são as taxas do interior, ainda comunista, estando excluída a franja litorânea, que reúne 1/3 dos chineses e onde impera o mais selvagem dos capitalismos. Aí as taxas são 3 vezes menores, o que já é um dado comparativo importante.
Diferentemente do resto do mundo, os suicídios de mulheres excedem em muito o de homens. Não vou me prender às conclusões de VEJA que chega a ponto de dizer que uma das razões seria o protesto contra os casamentos obrigados pelos pais, que “mais de meio século de comunismo não erradicou”. Isto é obviamente uma tentativa – bem característica da mídia gramcista brasileira – de não só inocentar o comunismo como de passar subliminarmente a idéia de que a culpa é da tradição anterior, se o regime tivesse conseguido, as taxas seriam menores.
Podemos especular em dois sentidos. O primeiro, pela exacerbação das causas imperantes no paraíso sueco, que atingiria os dois sexos. A total falta de perspectiva nestes regimes, mesmo democráticos, a aparente satisfação plena, os altos impostos para custear tudo isto. Ingmar Bergman mudou-se para os EUA para não pagar quase 90% dos rendimentos brutos em impostos. Hoje, o jogador de basquete chinês, Yao Ming, do Houston Rockets, considerado o melhor jogador do Texas é obrigado a mandar para a China 90% de todos os rendimentos brutos porque sua família é refém, tal como ocorre com os exilados cubanos.
A segunda especulação envolve certamente os brutais métodos de controle da natalidade, que atingem particularmente o instinto e sentimentos maternais frustrados que, para VEJA é apenas “uma característica única do País, abortos e esterilizações forçadas”. Como se se tratasse apenas de uma característica e não de controles orwellianos sobre todas as mulheres, as quais, quando descobertas grávidas pela segunda vez, são submetidas a abortos. Ou micro-cesarianas se o feto já estiver muito crescido. Se a descoberta for perto do nascimento a mãe é lavada à força para um hospital do Estado e, tão logo se inicie o parto, injeta-se uma substância que pode ser o formol ou qualquer outra na cabeça do feto causando a imediata morte cerebral. Se chegar a nascer, nada mais pode ser feito, pois então já será chamado, suprema hipocrisia, de “cidadão da República Popular”.
Um dos milagres da doutrinação gramcista é levar a maioria a crer que estes regimes são “iguais” às democracias e que, portanto, podem ser julgados pelos mesmos parâmetros. Não é possível, pois os fenômenos a serem comparados não pertencem à mesma categoria. O que estou tratando aqui é do desespero de pessoas que vivem num regime cruel, despótico e sanguinário, e sem perspectivas, para o qual a vida humana não vale absolutamente nada. Quando se mostram as diferenças, lá vem a cansativa frasezinha, “você ainda acredita que comunistas comem criancinhas?” A redução ao absurdo (não se tem notícias de banquetes canibalísticos por parte dos comunistas) serve para negar o fato de que se não comem, matam, não só as criancinhas como os fetos, os pais, as mães e quem quer que seja que se anteponha a seus propósitos despóticos.
Imagino o que é ser mulher na China: se os pais as deixarem nascer, pois não valem nada e dão trabalho, servir desde tenra idade de repasto sexual para os grandes líderes (conta-se que o Grande Timoneiro tinha um harém de meninas, e meninos, púberes para servi-lo), trabalharem em postos secundários e casar sem poderem exercer livremente a sublime função da maternidade. Dá para entender os índices de suicídio!"