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Artigos-->Diáspora, de Amélia Alves -- 04/12/2002 - 14:33 (Georgina Albuquerque)
Nascida em Belém, Amélia Alves é poeta e educadora, graduada em Letras e experiências variadas no exercício do magistério de língua e literatura. Atua na área da poesia e da educação à distância, com mestrado e especialização em mídia na educação. Fica aqui registrada, colhida do site Nave da Palava, a sua maravilhosa poesia "Diáspora". ************************************************** "Diáspora" . No útero da mãe África fervilham seios que amamentam os filhos do amanhã e costuram os tecidos da verdade temporã na América de tantos escravos e navios negreiros aportados na escuridão de brasis, jamaicas, cubas e haitis - todos mortos pelas terras e serras maestras de amanheceres construídos com baionetas e fuzis. Em portos ricos e bahias, cantaremos a sorte da sobrevivência sobre tanta morte. No encontro com a terra te elegeremos - ilê-ayê, e flutuaremos, como velas nascidas da renitência, em aflitas razões, racismo e resistência , ao som de atabaques, tambores e tamborins e também assim faremos um samba na Mangueira ou entoaremos um blues em New Orleans. Vasculharemos tudo: instintos, sentimentos, religiões, raízes indevassadas e meras intuições. De onde nos tiraram as verdades, sucumbiram saudades e lamentos. E depois, ainda mais escravidão. No ruir de tudo, memória e banzo. O novo mundo é quando ?