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Artigos-->Sandra Insana: O Retrato da Mulher Moderna -- 12/11/2002 - 10:16 (Michele Mourão) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sandra insana: O retrato da mulher moderna



Ela é forte e é poética, é mandona e é manhosa, batalhadora e

bonitona, sonsa e simplória em sua performance, sua capa

protetora criada por si mesma devido a influências dos outros e do

meio em que vive, utilizam de dupla face para moldar em si, uma

pessoa inexistente. Sandra é atriz e nem sabe, uma das piores,

mas é
.

Em suas manhãs, depois de noites mal dormidas, com poucas horas

de sono, ela faz de conta que tudo está bem, sorri e diz para si

mesma, em frente ao espelho que se ama, quanta mentira. Lembra-se

da sua fase da pré-adolescência, aos 13 anos de idade, quando ouviu

dizer ou leu em algum lugar que: "Se você está se sentindo mal, basta

agir como se estivesse bem e logo passará a sentir-se bem

novamente". Mas hoje as coisas não são bem assim. Trabalhar,

malhar, cuidar, ser, estar, são tantos verbos, que a confundem,

atormentam sua paranóica vida, e faz perde-se vez ou outra. Seu

mundo, nem mesmo é só seu. Sandra cala-se, e revolta-se com a vida

que Deus lhe deu.

O que fazer agora? E amanhã? Ou daqui há duas horas? A cabeça

está fora de órbita, caída em algum lugar, talvez no chão da cozinha

de sua casa. Ela nem mesmo quer saber. Sandra Insana só quer

dormir, fugir deste mundo, de sua realidade. Sandra perdeu a razão,

nem ouvi mais a voz do seu coração. Seu fiel aliado e escudeiro.

Romântica, ela não tem mais seu amor, que já foi há tempos,

deixando-a desiludida e desamparada, nos momentos mais difíceis,

principalmente nas noites de frio fazendo com seu corpo se separe,

parte por parte. Em pedaços e aos prantos, cada membro está

dividido, pés, mãos, pernas, dedos, crânio e queixo.

Sandra, de tão insana agiu mais rápido e não deixou o tempo passar,

porque com ele tudo se resolve, meteu os pés pelas mãos, deixando o

material para trás e foi embora com o seu lado espiritual. Saudade, ela

não deixa, nem sente de nada ou ninguém, por ser uma palavra

brasileira, não faz parte do seu vocabulário. Sua descendência é

européia. Criação rígida, fria e calculista.





MM 5/7

mimourao@yahoo.com.br



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