Amores diferentes
Há três tipos de pessoas, assim dizem os especialistas nos assuntos do coração,
classificadas como auditivas, estas são pessoas que adoram ouvir e falar dos
sentimentos e o que sentem pelo ser amado e também gostam de ouvir. Há
também os visuais, que demonstram seu amor através de presentes caros e com
declarações explosivas e chamativas de seu sentimento. Ainda não contamos os
casos dos sinestésicos, que gostam de sentir o ser amado, de tocar, de estar
perto, essa é a forma que eles consideram mais clara e nítida, pois, quando se
ama quer estar perto, quer a presença de seu amor.
Falar é fácil, para dizer palavras bonitas é só decorar poemas de autores
conhecidos. Basta mentir, como fazem os atores e vendedores, considerados os
mais articulados, que usam de todas as estratégias para vender o seu peixe.
Presentear, cobrir de mimos a distância, para quando estiver perto conseguir o
que quer, idem, também é simples. Existem pessoas de todos os sexos, que se
submetem a essa situação, às vezes porque o louco amor ou amor louco, aceita
tudo.
Agora, estar perto é difícil quando não se gosta da pessoa, fingir é complicado,
ninguém é obrigado a ficar junto de alguém diferente de nós, que não combina
conosco.
Mas quando o tato, o cheiro, a voz, a risada, a pele, a conversa, os pensamentos,
tudo bate com o nosso gosto, não tem quem queira a distância, inimiga dos
apaixonados. Porque nesse caso, a paixão já sucumbiu a cabeça, causando
quase uma síncope.
Casais diferentes, que costumam ter problemas com o relacionamento são os
sinestésicos que vivem com a pessoa que é visual, com o tempo, quando
costumam surgir as diferenças, que a princípio estavam ocultas devido a tamanha
paixão, um passa a ter pedir ou até exigir a presença do outro, que mostra o seu
amor dando presentes, como flores, roupas, jóias e carros.
O mesmo acontece no caso dos enamorados, é o sinestésico casado com o
auditivo, as palavras não satisfazem, nem suprem a necessidade da presença. O
problema é igual, o que muda é que desta vez, o presente substitui a palavra.
Quem deixa o sinestésico livre, pode perder espaço, já que ele precisa de
companhia. Enquanto um fala, o outro toca.
Outro tipo de casal é o visual com o auditivo, um expressa o que sente com
presentes e o outro quer ouvir que é amado. Os diálogos são os mesmos:
- Você não me ama mais? Diz a esposa,
- Como que não?! Vivo te cobrindo de presentes caros, responde o marido.
- É, mas você não diz que me ama, retruca a mulher.
A discussão inicia porque ela quer ouvir as famosas palavras ditas quando o
sentimento está a flor da pele, em pleno vigor: Eu te amo.
Michele Mourão
mimourao@yahoo.com.br
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