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Artigos-->A Vida Light -- 01/11/2002 - 15:06 (Ernandes Aparecido Campagnoli) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Light é uma palavra mágica hoje na moda, muito usada para vender uma série de produtos de menos valor energético para que o consumidor fique mais esbelto. A palavra light, em princípio, tem uma conotação positiva em relação à alimentação, mas minha tese é a de que o termo, hoje, constitui um sinal dos tempos que correm, refletindo claramente um modelo de vida muito pobre. A vida light caracteriza-se pelo fato de que tudo esta sem calorias, sem gosto ou interesse; a essência das coisas não importa, só é quente o superficial.

A este fenômeno denomino, no Ocidente, indiferenças por causa da saturação. Tudo existe em excesso e o homem indiferente não se aferra a nada, não tem verdades absolutas nem crenças firmes, só quer toneladas de informações, embora não saiba o que fazer com isso, esquivam-se de qualquer compromisso, menos daquele que tem consigo próprio e assim se converte num ser megalômano.

Estamos, meus caros leitores, diante de uma vida-coquetel-desvalorizada: uma mistura de verdades oscilantes, uma conduta centrada no aproveitar bem o momento e consumir, em se interessar por tudo e, ao mesmo tempo, não se comprometer com nada. Tudo se pode ajeitar, tudo é transitório, passageiro, relativo, nada concreto e assim até a democracia e a vida conjugal se tornam lights. O lema é não exigir muito e alcançar uma tolerância absoluta. Já não existem desafios, nem metas heróicas, nem grandes ideais, porque o importante é gozar o momento, sem esforço ou lutas contra si próprio e qualquer resultado é bom.

A discussão atual está vazia, os meios de comunicação limitam-se a nos fornecer notícias e informações que não dizem nada.Trata-se de uma tarefa inócua, que não contribui em nada, mas que estima a contínua linha de diversão desta sociedade frágil, costurada de forma improvisada, sempre a ponto de arrebentar. Nesse clima, dois aspectos devem ser observados: a inquietude frivolidade que converte tudo em epidérmico, superficial, típico: o importante é seduzir, provocar e ser divertido (leia-se e incluam aqui os Reallity Shows). A conseqüência disso é uma mediocridade pública, espécie de socialização da trivialidade e do medíocre. O segundo é o crescimento em níveis muito altos do egoísmo humano, um dos grandes males de nosso tempo: a falta de solidariedade, o excessivo preocupar-se apenas consigo próprio, porque quando aparecem outras pessoas as coisas se complicam.

Enfim, estamos diante de uma sociedade cada vez mais complicada e difícil de esquematizar em poucas linhas, pois no meio do caminho surge um tropel de situações inesperadas e caleidoscópicas que configuram uma paisagem multicolorida, cheia de peculiaridades, na qual não existem limites entre o bom e o mau, o positivo e o negativo. Pior: hoje se vive – em boa medida – de costas para a morte, como se ela não existisse. E mudam também os conteúdos, já que agora existe o tabu da morte, ao lado de uma exaltação do erótico e do sexual. Estamos na era da indiferença, quero dizer, se a vida atrapalha, vamos tirá-la do caminho e como não podemos fazer a mesma coisa com a morte, a tendência é banalizá-la. É uma autodestruição que paira aqui, uma doença de uma minoria de marginais e de idiotas que julgam ser “juízes” e decidem quem, aonde e como pessoas vão morrer (lembro aqui a morte do repórter e jornalista Tim Lopes).

Temos assim, um homem demasiado vulnerável, cansado de viver, não como conseqüência por excesso de trabalho, mas sim por falta de uma projeção pessoal coerente, suficientemente forte para levar o indivíduo em direção a seu futuro. Por outro lado, as atividades habituais ficam cada vez mais difíceis: a educação dos filhos a manutenção de um namoro, noivado e ou casamento estável, a transmissão de ordens e uma disciplina ao educar, exercer e respeitar a autoridade, engordar (aí o drama da mulher atual), sair de férias, etc.

O que fazer? É preciso lutar para vencer a vida light, porque ela conduz a existência vazia; é preciso recuperar o sentido autêntico do amor à verdade e a paixão pela liberdade autêntica. São duas empreitadas difíceis que, quando logradas, dão uma sensação de plenitude ao homem. A solução não é degradar essas iniciativas, submetendo-se a nossos caprichos, sem esforço nem responsabilidade. Lembro agora a história do alpinista: escalar uma montanha é um trabalho duro, até chegar ao topo, mas vale a pena. Porque se á vida é concebida como alguma coisa adocicada, suave, ou simplesmente de um ponto de vista agradável, cometemos um erro – a vida não é isso nem pode ser interpretada assim. E finalizando este artigo uma frase de apoio a todos os escritores, editores e jornalistas que em busca de colocar o povo a par das verdades, muitas vezes colocam suas vidas ou empregos à risco: “O sonho pela liberdade de expressão e a paz mundial nunca morrerá enquanto, alguém lutar por elas. É difícil neste mundo nosso, onde muitos tentam nos calar e impedir de dizer as verdades, porém não é impossível num mundo onde tudo acontece, onde tudo é passageiro; num mundo com tantas desgraças, onde tudo se esquece; num mundo de ambições, desigualdades sociais e preconceitos, onde tudo é desfeito. Enfim, nada é importante para muitos, já para muitos outros tudo tem um significado. Para mim devemos amar incondicionalmente a vida, até o último instante pois será desse amor à vida que extrairemos os valores imperecíveis da alma respeitando-nos mutuamente, pois assim seremos capazes de construir a paz e a felicidade na Terra e com isso a paz deixará de ser uma raridade para se tornar uma constante”.

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