Sou desses homens que choram, mas não é mais por qualquer coisa, Cecília me faz chorar, ela me ensina os segredos da alma feminina, fala direto ao meu coração, cada palavra dela provoca e alivia a minha dor, me faz me apaixonar e esquecer ao mesmo tempo.
Cecília se derrama em palavras,esparrama seus sentimentos , Cecília sabe dizer sim dizendo não, lendo suas palavras não sei onde começa o meu prazer de sentir o que é real e onde termina o meu anseio de sonhar.
As pessoas vão e suas melhores palavras ficam...
Com vocês a fugaz Cecília:
"Nasci no Rio de Janeiro, três meses depois da morte do meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais, mas ao mesmo tempo me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno. Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A noção ou sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento da minha personalidade."
Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão. Essa foi sempre a área de minha vida. Área mágica, onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos geométricos, onde os relógios revelaram o segredo do seu mecanismo, e as bonecas o jogo do seu olhar. Mais tarde, foi nessa área que os livros se abriram e deixaram sair suas realidades e seus sonhos, em combinação tão harmoniosa que até hoje não compreendo como se possa estabelecer uma separação entre esses dois tempos de vida, unidos como os fios de um pano.