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Artigos-->Eleições no DF: políticos "teflon" -- 16/10/2002 - 12:13 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Há umas duas ou três semanas, eu havia escrito “Briga de porco grande”, a respeito da sujeira que havia na política do DF, antes do 1º turno das eleições. É que se a metade do que se dizia era verdade, a opção do eleitor candango ficava em votar no porco ou no suíno, pois praticamente todos os políticos locais estavam chafurdados no chiqueiro.



O atual governador, Joaquim Roriz, considerava-se reeleito. Todas as pesquisas de opinião apontavam para isso. Ele havia conquistado uma boa fatia de eleitores entre a classe média de Brasília, tradicional reduto do PT, por conta de grandes obras, como o Metrô, a Ponte JK (3ª ponte sobre o Lago Paranoá) e umas duas dezenas de viadutos monumentais. Além de programas demagógicos, populistas, como "Renda Minha" - cópia do populista "Bolsa Escola" do governador anterior -, distribuição de lotes, pão, leite etc. etc. etc. Porém, nas últimas semanas que antecederam as eleições de 6 de outubro, fitas de vídeo comprometedoras abalaram a candidatura do governador. Primeiro foi a apresentação de um vídeo mostrando o deputado distrital Odilon Aires, Secretário de Assuntos Fundiários, reclamando a um grileiro conhecido em Brasília (Passos) que havia recebido “apenas” 50 lotes, enquanto o presidente da Câmara Distrital, Gim Argelo, havia recebido 300...



Outra fita, parcialmente transcrita em vários jornais do País, gravada pela Polícia Federal, com ordem da justiça, mostrava íntimas ligações de Roriz com o grileiro. Passos. Roriz conseguiu impedir na justiça que outras transcrições fossem feitas nos jornais, mas o mal já estava feito. Ferido de morte, venceu o 1º turno com uma diferença de apenas 3% e, a última pesquisa do Ibope, de 15 Out, mostra o candidato do PT, Geraldo Magela, com 55% dos votos válidos, enquanto Roriz caiu para 45%.



O recado é claro: o povo de Brasília está farto de manipulação política, com a desavergonhada doação de lotes, em troca de voto. Aos poucos, Brasília foi se tornando um imenso favelão. A população local quer ordem em casa, quer mudança.



Mas, ao mesmo tempo em que o povo dá indícios de mandar o “coronel do cerrado” mais cedo para casa, muitos políticos brasilienses conseguiram passar incólumes pelas denúncias. Estão cobertos de teflon, nada gruda neles. Apesar de denúncias cabeludas, conseguiram se eleger/reeleger. A começar pelo grileiro Passos, que vai ocupar uma cadeira na Câmara Distrital. Odilon Aires e Gim Argelo conseguiram a reeleição. Wigberto Tartuce, Deputado Federal envolvido em denúncias de corrupção do FAT, não se arriscou à reeleição no Congresso. Mas conseguiu ser uma vaga para distrital. O ex-senador Arruda, envolvido no escândalo do painel eletrônico do Senado, quando houve a cassação do Senador Luiz Estêvão, conseguiu se eleger Deputado Federal, o mais votado do Brasil, em termos percentuais.



Além dessa turma coberta de teflon, uma outra, não menor, da esquerda, envolvida no escândalo da Asefe, também conseguiu a eleição ou a reeleição. Foi aberta a CPI da Asefe que até hoje não deu em nada. Entre os acusados estão nomes de peso como o do ex-governador e agora senador eleito Cristóvam Buarque e o Deputado Federal reeleito, Agnelo Queiroz. Os políticos de Brasília, independentemente de sua coloração ideológica, se merecem.



Durante a campanha do 1º turno, houve também acusações contra Geraldo Magela, atual candidato a governador pelo PT, quando foi Secretário de Habitação durante o Governo Cristóvão Buarque. Segundo tais acusações (há uma fita em que alguém depõe contra ele), o petista estaria envolvido em maracutaias na regularização do condomínio Alto da Boa Vista, de Sobradinho. Se as acusações procedem, Magela é outro que conseguiu passar um verniz de teflon sobre sua carcaça, ficando imune a tudo.



O cerne da questão está na Justiça, que é lenta e não pune os culpados. Que não consegue identificar os verdadeiros infratores da lei, tornando a onda de denuncismo em mais uma desmoralização de nossas instituições, pois o povo não consegue identificar quem é picareta e quem está sendo injustiçado por calúnias e difamações. Aliás, esse estado de coisas só vem a favorecer a picaretagem e a bandidagem.



Infelizmente, a política atual no DF se transformou em politicagem, em que todos os candidatos prometem dar tudo de graça à população, incentivando a vagabundagem geral. É bolsa isso pra lá, é bolsa isso pra cá, que não passa de uma forma moderna de voto de cabresto. Se uma família pobre recebe de graça lote, pão, leite, gás e um “cheque” de 100 reais, pra que trabalhar? O povo precisa de trabalho, de emprego, para crescer material e moralmente, para valorizar sua auto-estima. Um Estado mamãezona, que dá tudo de graça, nunca tirará nosso povo da miséria.





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